Tensão no PS: Assis condena posição “abjeta” de Pizarro e defende Vasco Ribeiro

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Miguel A. Lopes / Lusa

Francisco Assis

O candidato pelo PS à Câmara do Porto, Manuel Pizarro, condenou a alegada “cobarde agressão” de Vasco Ribeiro a Filipe Araújo. Francisco Assis afirma que há uma parte do PS que considera “abjeta” essa tomada de posição.

O ambiente dentro do Partido Socialista (PS) aparenta continuar estranho. O abrir desta “caixa de pandora” foi a noite eleitoral de 18 de maio. Após a pesada derrota eleitoral, o partido ficou sem líder.

Volvido quase um mês ainda não há sucessor oficial de Pedro Nuno Santos, mas já se sabe que José Luís Carneiro (candidato único à liderança do partido) deverá assumir o cargo.

O nome do antigo ministro da Administração Interna pode não ser totalmente consensual; mas o consenso entre os militantes do PS já teve melhores dias…

O exemplo mais recente são as fortes críticas de Francisco Assis a Manuel Pizarro, na sequência do episódio de violência entre Filipe Araújo e Vasco Ribeiro.

Tudo começou na noite de quinta, quando Filipe Araújo, candidato à Câmara do Porto e atual vice-presidente da autarquia, terá sido agredido por Vasco Ribeiro, antigo estratega da comunicação de Rui Moreira; e, até esta ontem, responsável pela comunicação da candidatura de Pedro Duarte à Câmara portuense.

O também candidato à Câmara do Porto pelo PS, Manuel Pizarro, foi pronto a reagir condenando a “agressão cobarde” de Vasco Ribeiro.

“Condeno em absoluto a agressão cobarde ao vice-presidente da câmara e candidato às próximas eleições Filipe Araújo, durante o festival Primavera Sound, por parte de um destacado dirigente da candidatura do PSD. Já tive oportunidade de lhe apresentar a minha solidariedade e não posso deixar de publicamente condenar com veemência o sucedido”, escreveu, no seu Facebook.

Curiosamente, Vasco Ribeiro foi assessor de Manuel Pizarro, na campanha das autárquicas de 2013 – quando acabou por perder para Rui Moreira.

É aqui que entram as críticas de Assis. Defendendo a “dignidade” de Vasco Ribeiro, o eurodeputado socialista acusa Pizarro de “vingança e oportunismo”, por, desta vez, não ter o apoio do assessor na corrida à Câmara.

Manuel Pizarro pode estar magoado por não contar com o apoio eleitoral do Vasco Ribeiro dada a grande proximidade que tiveram”, teoriza Assis, condenando o facto de Pizarro se ter metido ao barulho e arrastado com ele o PS.

“O candidato do PS não pode emitir um comunicado visando assassinar o carácter de um homem digno por pura vingança e oportunismo eleitoral. Ou melhor, pode, e tanto pode que o fez. Não o deveria ter feito. Aviltou-se e arrastou consigo o PS“, considerou.

“Já poucas coisas me surpreendem, mas ainda há muitas coisas que me indignam. Esta foi uma delas. Quero deixar claro que há uma parte do PS, por mais ínfima que ela seja, que considera abjeta a tomada de posição do candidato do PS à Câmara do Porto”, escreveu.

Além da preocupação em sublinhar o distanciamento em relação à conduta do camarada partidário, Assis parece falar em nome de uma fação do PS contra Pizarro.

Vasco Ribeiro, por seu turno, agradeceu o apoio a Francisco Assis: “Obrigado, Francisco. Acredito que será demonstrado que todas as calúnias que esse candidato me lançou não passam de puro oportunismo político. Abraço”

Segundo o Observador, Vasco Ribeiro também já colaborou com Assis “por diversas ocasiões” ao longo da carreira política do socialista.

De relembrar também que o atual eurodeputado já foi candidato à Câmara do Porto – em 2005, ano em que perdeu contra Rui Rio.

Carneiro pede respeito…

Este sábado, na sessão de apresentação da candidatura à liderança do partido, sem referir nomes, José Luís Carneiro pediu respeito entre militantes.

Referindo insultos nas redes sociais, “entre camaradas”, que “se desconsideram uns aos outros”, Carneiro questionou: “Como é que lá fora olham para nós se nós nos desconsiderarmos uns aos outros?”.

“Nós não podemos permitir que camaradas se insultem, se desconsiderem, porque alguém decidiu ser candidato às eleições internas numa secção, numa concelhia, numa federação”, declarou, sem se referir diretamente ao caso de Francisco Assis e Manuel Pizarro.

Miguel Esteves, ZAP //

1 Comment

  1. Manuel Pizarro revela, mais uma vez, a sua hipocrisia e oportunismo político ao condenar publicamente Vasco Ribeiro de forma tão vil e precipitada. Em vez de agir com ponderação e justiça, escolheu o caminho baixo da difamação e da vingança pessoal, arrastando o nome do PS para o lodaçal da sua pantomina partidária.
    É revoltante ver um candidato socialista a assassinar o carácter de alguém que, no passado, trabalhou ao seu lado, apenas por mesquinhice e cálculo eleitoral. Pizarro não só falhou como representante digno do Porto, como envergonha o Partido Socialista com esta atitude abjeta. O PS merece melhor do que esta politiquice rasteira. Uma postura condenável que carece que se retrate publicamente. O Porto e Portugal precisam de políticos sérios, não de palhaços oportunistas. como este sujeito Pizarro.

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