António Pedro Santos / Lusa

A estrada estaria varia até um agente ter plantado uma faca junto ao corpo, sugerem imagens partilhadas por morador que estão a ser analisadas pela PJ.
R.M. fazia equipa com o PSP que atingiu Odair Moniz a 21 de outubro de 2024. Na altura, as autoridades acreditaram que o homem cabo-verdiano de 43 anos tinha ameaçado a polícia com uma arma branca antes de ter sido morto com dois tiros.
“Nas imediações do local onde o corpo de Odair caiu, próximo da viatura que ali estava estacionada, e cerca de dois minutos após o corpo ter sido retirado, encontrava-se e foi apreendido um punhal com 25 cm de comprimento, 15 cm de lâmina serrilhada e cabo de 10 cm em plástico de cor preta, com as inscrições na lâmina Macho”.
O objeto “não tinha vestígios biológicos em quantidade suficiente para obter um perfil de ADN”. Assim descrevia o despacho do Ministério Público na acusação do polícia.
No entanto, 6 vídeos diferentes gravados por um morador da Cova da Moura, na Amadora, feitos chegar ao Expresso gravados entre as 5h35 e as 6h03, e que foram alvo de análise do Laboratório de Polícia Científica (LPC) da Polícia Judiciária, podem contar outra história.
Os vídeos mostram o agente R.M. a colocar (“parece pousar no chão”) um “objeto morfologicamente semelhante a uma faca”, segundo detetou o LPC. Antes do aparecimento do agente, as imagens mostram o chão vazio. A possível faca terá sido colocada junto do pneu traseiro de um carro vermelho que se encontrava junto ao corpo já inanimado de Odair.
O relatório da PJ datado de fevereiro já admitia que a faca que se encontrava junto ao corpo pudesse ter sido manuseada com luvas. “Manusear um objeto com luvas pode levar à insuficiência de ADN para análise, pois estas atuam como uma barreira física que impede ou minimiza a transferência”.
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