Há cada vez mais casais a escolher “viver separados juntos”

A tendência de casais que vivem em casas separadas está a ganhar tração. Os adeptos afirmam que viver separados melhorou a sua relação.

Depois do “divórcio do sono” — com os casais a optar por dormir em quartos separados devido ao ressonar — ou até do “divórcio da casa de banho” — onde os casais optam por ter casas de banho separadas devido às suas preferências distintas na organização e limpeza do espaço — há quem esteja a levar esta tendência mais longe e prefira mesmo optar por “Living Apart Together” (LAT).

Este estilo de vida traduz-se para “viver separados juntos” e consiste em casais que estão a reescrever as regras tradicionais das relações, optando por viver em casas separadas, não por necessidade, mas por vontade própria. A tendência está a ganhar força nos Estados Unidos, com 3,9 milhões de americanos a viverem atualmente separados dos seus cônjuges, de acordo com o U.S. Census Bureau.

Para Loran e Maurice Wilson, de Atlanta, o LAT apenas fortaleceu o seu casamento de cinco anos. O casal vive a 20 minutos de distância, passando os dias de semana em casa e os fins-de-semana juntos. “Não significa que nos estamos a divorciar ou a sair com outras pessoas”, disse Loran, 38 anos, ao New York Post. “Viver separados ajuda-nos a crescer como indivíduos e como casal.” Os dois adormecem todas as noites no FaceTime, a assistir a programas e a ler a Bíblia juntos.

Os arranjos LAT oferecem os benefícios da intimidade sem a tensão potencial da proximidade constante. “Trata-se de colaborar para montar o puzzle de uma relação forte e apaixonada, sem ter de abdicar de um modo de vida que se preza”, afirma a socióloga e especialista em relações Pepper Schwartz, que viveu separada do marido durante mais de duas décadas.

As razões para adotar o estilo de vida LAT variam muito, desde preocupações logísticas como empregos ou filhos de casamentos anteriores até ao simples desejo de espaço pessoal.

A criadora de conteúdos Susan Lehman, 44 anos, e o seu marido Matt, casados desde 2004, vivem agora separadamente na mesma propriedade — ela num apartamento por cima da garagem, ele na casa da família. Apesar da configuração pouco convencional, a sua ligação só se tem aprofundado. “Todas as manhãs vou a casa dele, acordo-o com massagens, conversamos, tomamos o pequeno-almoço”, diz Lehman. “Tem sido incrível para a nossa relação.”

A coach de relacionamentos Jennifer Hurvitz concorda, observando que a ausência pode, de facto, fazer o coração ficar mais apaixonado. A LAT, diz Hurvitz, pode reacender a paixão e preservar a individualidade – especialmente para casais de meia-idade que procuram uma ligação emocional sem comprometer a independência.

Até mesmo celebridades adotaram a LAT, incluindo Gwyneth Paltrow, Will Smith e Sheryl Lee Ralph, cada um a manter residências separadas dos seus cônjuges.

Numa era em que o sucesso das relações já não se mede apenas pela proximidade, os casais LAT estão a provar que o amor nem sempre precisa de viver debaixo do mesmo teto para prosperar.

ZAP //

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