Há um novo critério para ser jurado dos Óscares: ver os filmes nomeados

Não, não é uma piada — até agora, havia jurados dos Óscares que nem sequer viam os filmes nomeados.

Há muito que circulam nas redes sociais tweets indignados sobre a falta de conhecimento dos próprios membros do júri dos Óscares sobre os filmes nomeados. E há “evidência anedóticas” de que assim seja, explica a Hollywood Reporter.

A mesma revista tinha já publicado um estudo que mostrava que cerca de 6% dos membros da Academia não tinham visto os nomeados para o prémio de Melhor Filme.

Em 2014, dois votantes anónimos dos Óscares admitiram ao Los Angeles Times que não viram o filme vencedor da categoria principal.

Até agora, era sempre pedido aos jurados que não votassem se não tivessem visto todos os nomeados, mas o processo funcionava inteiramente num sistema de compromisso de honra, sem qualquer tipo de verificação por parte da Academia.

Agora, uma nova aplicação streaming, a Academy Screening Room, exclusiva aos membros do júri, vai verificar se os filmes foram realmente visualizados.

Guerra e IA ditam novas regras na Academia

Outra mudança implementada para o próximo concurso, que termina em agosto deste ano, é o facto de permitir a um realizador que seja refugiado concorrer pelo país em que vive. Agora, “o país que apresenta a candidatura deve confirmar que o controlo criativo do filme esteve maioritariamente nas mãos de cidadãos, residentes ou indivíduos com estatuto de refugiado ou de asilo no país que apresenta a candidatura”.

A questão foi levantada depois de Mohammad Rasoulof, refugiado da guerra na Palestina que vive na Alemanha, ter vencido o prémio de Melhor filme Internacional.

Também a inteligência artificial não escapa a debate, depois de as grandes produções de The Brutalist e Emilia Pérez terem admitido que fizeram uso dela. Não há qualquer regra que este ano a impeça.

“No que diz respeito à Inteligência Artificial Generativa e a outras ferramentas digitais utilizadas na realização do filme, as ferramentas não ajudam nem prejudicam as hipóteses de obter uma nomeação. A Academia e cada um dos seus ramos avaliarão a realização, tendo em conta o grau em que um ser humano esteve no centro da autoria criativa ao escolher o filme a premiar”, comunicou a organização.

Carolina Bastos Pereira, ZAP //

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