NASA / JPL-Caltech / ASU

O rover Perseverance da NASA encontrou em Marte grandes cristais de quartzo com um elevado grau de pureza, que provavelmente se formaram na presença de água quente e podem conter sinais de vida marciana antiga.
Pela primeira vez, foram detetados cristais de quartzo puro em Marte, bem como outras pedras preciosas.
A revelação é feita num novo estudo, que consta na próxima edição da Earth and Planetary Science Letters.
Segundo os investigadores, estes cristais, para além de constituírem provas de atividade hidrotermal passada, podem conter sinais bem preservados de vida marciana antiga.
Desde que chegou a Marte em 2020, o rover Perseverance da NASA tem estado a vasculhar o fundo da cratera Jezero, um vasto lago antigo provavelmente formado pelo impacto de um asteroide.
No ano passado, como lembra a New Scientist, o rover saiu do fundo do lago e começou a subir a cratera, onde as rochas e a geologia são diferentes.
A SuperCam do Perseverance encontrou quartzo de grandes dimensões, com centímetros de largura, um cristal feito de silício, bem como outros cristais que contêm silício, como a opala e a calcedónia, que se devem ter formado na presença de água quente antiga.
Na Conferência de Ciências Lunares e Planetárias no Texas (EUA), esta segunda-feira, o líder da investigação Pierre Beck, da Universidade de Grenoble (França), salientou que a única forma que conhecemos de formar cristais de quartzo tão grandes e puros na Terra é a partir de sistemas complexos de água quente, sugerindo uma origem semelhante em Marte.
Como explicou o cientista, o quartzo é também útil como registo de vida antiga.
“Podemos ver bioassinaturas com mais de 3,5 mil milhões de anos, e a razão pela qual as podemos observar na Terra é porque estas bioassinaturas estão preservadas numa matriz de silício, que é um preservador muito eficiente de assinaturas morfológicas ou moleculares”, disse Beck, citado pela New Scientist.