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Consegue resolver estas 3 adivinhas? O segredo está em calendários antigos

Wikimedia Commons

O Papa Gregório XIII

Três “puzzles temporais” — bem possíveis — contam a história das especificidades dos calendários europeus, com falhas e incoerências curiosas.

Estamos prestes a voltar a entrar no horário de verão: a 31 de março, os relógios são acertados novamente.

Se esta mudança de uma hora lhe faz confusão, e os diferentes fusos horários de cada país também, saiba que a medição do tempo já muito — mas muito — mais confusa. Incluindo diferentes… dias do ano em cada país. Ou saltos de vários anos num dia.

Como é isto possível? Tente resolver as seguintes charadas, elaboradas pela BBC com Helen Parish, professora de História na Universidade de Reading. A resposta está em…calendários.

Adivinha 1: Uma mulher senta-se para escrever uma carta em França, a 8 de novembro de 1582. Três dias antes, a carta é recebida em Inglaterra. O que aconteceu?

Resposta: Em 1582, a Europa trocou o calendário juliano (usado desde a Rona Antiga, cerca de 45 a.C) pelo gregoriano, que correspondia melhor ao “calendário natural” — o Sol.

A medida foi instituída pelo próprio Papa Gregório XIII, e este calendário é, na verdade, o que usamos até hoje. O problema? Apesar de ter sido instituído pelo sumo pontífice que, a partir do dia 5 de outubro, esse passar a ser, na verdade, o dia 15, nem todos os países aderiram de imediato à alteração, o que causou uma grande confusão: alguns países andavam “adiantados” ou “atrasados” em relação a outros.

Adivinha 2: No ano 46 a.C., em Roma, nasce uma criança na primavera. Vive até aos 60 anos, mas nunca mais faz anos. Porquê?

Resposta: À semelhança do dia 29 de fevereiro (em que as pessoas que nasceram nessa data só celebram o seu aniversário “corretamente” de 4 me 4 anos), os romanos também usavam “meses extra”, os chamados “meses intercalares”, para realinhar o seu calendário com o Sol.

Esta criança nasceu criança  nasceu no mês intercalar de Mercedonius, na primavera. O problema é que os romanos deixaram, entretanto de usar este mês — a criança envelheceu, mas nunca mais fez anos.

Alguns anos parecem passar num piscar de olhos, outros parecem arrastar-se por muito mais tempo. Mas esta ano de 46 a.C., na verdade, exagerou: teve 445 dias e foi o mais longo da História.

Adivinha 3: Depois de ter trabalhado nos campos no último dia de dezembro de 800 a.C., um trabalhador agrícola arruma as suas ferramentas e vai para a cama. No primeiro dia do novo ano, quando pega nas suas ferramentas para recomeçar o trabalho, está dois meses mais velho. Como é que isto acontece?

Resposta: O calendário usados antes do juliano (antes do Império Romano), o chamado “calendário pré-juliano), não contabilizava os meses em que não se trabalhava, ou seja, os cerca de 30 dias em que não existia atividade agrícola.

Este calendário tinha apenas 10 meses, e durante o inverno esse conceito temporal não existia. Parece que este agricultor não cumpriu a regra, e decidiu trabalhar “fora de horas”.

ZAP //

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