Paulo Novais / LUSA

Eleições deverão acontecer em maio deste ano, se se confirmar a rejeição da moção de confiança por parte dos partidos da oposição.
O Presidente da República falou esta quarta feira aos jornalistas após o chumbo da moção de censura do PCP ao governo, cuja discussão terminou numa promessa de moção de confiança, que a oposição promete recusar.
A partir de Viseu, Marcelo Rebelo de Sousa garantiu que, caso a moção — que pode ser já apresentada na próxima quarta feira — seja chumbada, como se prevê, tentará “reunir com os partidos políticos no dia seguinte” e o Conselho de Estado dois dias depois.
O Presidente mencionou ainda que vai cancelar a sua visita de Estado à Estónia, que tinha agendado para a próxima semana. Admite a possibilidade de eleições, e apontou-as para “entre 11 a 18 de maio”.
A moção de confiança anunciada por Luís Montenegro surgem menos de 1 ano após as eleições legislativas de 10 de março de 2024, que deram a vitória à Aliança Democrática.
O presidente da República tem, no entanto, o direto de optar por uma segunda via que não a dissolução da Assembleia: poderia optar por tentar formar governo, como aconteceu com a nomeação de Pedro Santana Lopes depois da saída de Durão Barroso da chefia do governo para assumir a presidência da Comissão Europeia.
No entanto, essa opção foi “chutada para canto” por Marcelo, que relembrou que o próprio PSD foi “enfático” na rejeição dessa opção. Isto porque o próprio partido afirmou esta quarta feira que, caso haja eleições, o candidato será na mesma Luís Montenegro.
De facto, o líder da bancada do PSD, Hugo Soares, citado pela Lusa, garantiu depois da discussão da moção de censura que em caso de rejeição da moção “o PSD apresentará a eleições ou em qualquer cenário, o seu melhor. E o que é o melhor para o país. Como se demonstrou neste último ano de governação, o melhor do PSD, o melhor para o país, chama-se Luís Montenegro. Não tenho dúvidas sobre isso e não vale a pena efabular-se”.
Já quando António Costa apresentou a sua demissão em 2023, dando origem a uma crise política que conduziu também a eleições antecipadas, o Presidente optou pela convocação de eleições.
Apesar de todos os cenários imaginados, segundo disse à a RTP3 a comentadora Carmo Afonso, “só muita imaginação” permitiria pensar noutro cenário que não as eleições antecipadas.