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Duas grandes estruturas podem estar a complicar as medições dos geólogos, por se acumularem sobre o núcleo, abrandando as ondas sísmicas.
São duas estranhas estruturas de minerais — uma sob o Pacífico e outra sob África — que se assemelham em termos de ondas sísmicas, pelo que se supõe que tenham a mesma composição.
As “grandes províncias de baixa velocidade” têm até 900 quilómetros de altura e milhares de largura.
Agora, os autores de um novo estudo publicado na Nature este mês estudam a ligação destas super-estruturas “afundadas” junto ao núcleo da terra com as placas à superfície.
“É fascinante ver as ligações entre os movimentos das placas à superfície da Terra e as estruturas a 3000 quilómetros de profundidade no nosso planeta”, diz a sismóloga da Universidade de Oxford, Paula Koelemeijer, citada pela Science Alert.
Milhões de anos de ciclos naturais da crosta misturaram o que outrora foi a superfície da Terra nas profundezas do manto. A composição resultante cobre agora até 30% do núcleo, o que abranda as ondas sísmicas que os geólogos utilizam para sondar a estrutura interna da Terra.
“Os nossos modelos de circulação do manto ao longo dos últimos mil milhões de anos demonstram que as grandes províncias de baixa velocidade podem desenvolver-se naturalmente como consequência da reciclagem da crosta oceânica”, explicam os investigadores.
“A província do Pacífico de grande velocidade e baixa velocidade é enriquecida em crosta oceânica subduzida, o que implica que a história recente de subducção da Terra está a provocar esta diferença”, relatam.
“O facto de estas duas grandes províncias de baixa velocidade diferirem em termos de composição, mas não em termos de temperatura, é fundamental para a história e explica por que razão parecem ser as mesmas sismicamente”, explicam os autores do estudo.
De acordo com a investigação, as duas estruturas do manto não estão a permitir que o calor do núcleo se dissipe de maneira uniforme em ambos os lados do nosso planeta, o que pode estar a desequilibrar o nosso campo magnético.