Festival da Canção. Algo invulgar se passa lá fora: Spotify pediu à RTP para serem parceiros

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Pedro Pina - RTP / Flickr

Josh canta na meia-final do Festival da Canção

Reunião decorreu na sede da Spotify. Um dos finalistas já conhecidos é favorito para ganhar… a Eurovisão.

O Festival da Canção 2025 arrancou no sábado passado, com a realização da primeira meia-final, que contou com 10 músicas a concurso.

Para a final foram apuradas 5 directamente, cantadas por Marco Rodrigues, Margarida Campelo, Josh, Bluay e Jéssica Pina. Ainda houve um sexto finalista, escolhido só pelo público: Peculiar.

Falta a segunda meia-final, no próximo sábado, mas já há uma música portuguesa apontada a vencer… o Festival Eurovisão da Canção.

Ainda durante a meia-final, e nos minutos/horas seguinte, multiplicou-se pelas redes sociais um nome: Josh.

Josh apareceu no palco, no sábado passado, com a música Tristeza. Foram 3 minutos de drama, de uma música poderosa, de uma voz cativante (nem sempre afinada a 100%).

E foram 3 minutos de um cantor sempre suspenso no ar. Os pés de Josh nunca tocaram no chão.

É uma daquelas actuações que era realmente capaz de convencer na Eurovisão dos últimos anos:

O portal wiwibloggs, especialista em concursos musicais, contou que esteve mesmo no estúdio da RTP, local da meia-final.

E ficou impressionado com esta actuação do Josh. Por isso, não duvida: este é um “material vencedor da Eurovisão”.

“As pessoas estão a chorar” no estúdio, acrescenta o wiwibloggs.

Spotify entra em cena

Mal acabou a meia-final de sábado, Gonçalo Madail foi um dos vários convidados da emissão da Antena 1 dedicada ao Festival da Canção.

O director da RTP, e sempre presente na equipa do Festival da Canção nos últimos anos, começou por destacar uma diferença que já foi evidente no evento de sábado: não há palco. Ou melhor, há, mas não está acima dos espectadores. Os artistas estão ao nível do público. “Foi um desafio extra, mas temos uma grande equipa”.

Gonçalo contou que, entre os muitos originais que a RTP recebeu através da livre submissão, uma dessas músicas “originais” era a… Hey Jude, dos The Beatles.

O responsável defende o modelo actual: alguns participantes surgem através da livre submissão de canções, enviam a música a partir de casa (Mimicat foi uma delas); mas a maioria dos compositores aparece no Festival por convite da RTP.

“O convite começou a ser uma curadoria. O compositor define o seu projecto, escolhe o intérprete. A RTP não define músicas ou conceitos”, assegura o director.

A RTP tem incluído mais jovens no Festival da Canção, até dentro da produção do concurso, numa altura em que é um “produto não linear”, ou seja, cada vez mais digital.

Mas o Festival da Canção português é também um produto cada vez mais internacional. “O crescimento na Europa do Festival da Canção começou a ser mais visível em 2023. No ano passado, eu e a Maria Ferreira (sub-directora de Música e Artes de Palco da RTP) demos uma conferência de imprensa só em inglês, dada a quantidade de imprensa estrangeira aqui”.

E agora, já neste mês de Fevereiro, poucos dias antes da primeira meia-final, a Spotify teve uma reunião com a RTP e pediu para ser parceira do evento. O encontro decorreu na sede da Spotify, contou Gonçalo Madail.

Porquê? Porque, depois dos famosos festivais San Remo (Itália) e Melodifestivalen (Suécia), Portugal aparecia no 3.º lugar das tendências na Europa, à volta da Eurovisão.

“Isto deixa-nos um bocado boquiabertos”, admitiu o director da RTP.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

1 Comment

  1. Parabens a RTP pelo excelente trabalho que vem realizando ao nivel do FdC. Ainda muito espaco para melhorar. E a melhoria da imagem de Portugal para alem de Cristiano Ronaldo que voltou a colocar o n pais nas bocas do mindo, passa tambem pelo FdC / Eurovisao, com media de 200 milhoes de espectadores por ano. A RTP devia ser dotada de mais meios para poder organizar algo similar ao Festival de SanRemo. Um Festival que quase sempre coloca Italia no top 10 / top 5 na Eurovisao.

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