É mais fácil e cómodo aproveitar esta liberdade sem fios – mas até lá longe um hacker pode mudar a sua vida.
É pouco provável que haja leitores que ainda precisem de explicação, mas aqui fica uma definição resumida do Bluetooth.
Bluetooth é uma tecnologia de comunicação sem fios que permite a troca de dados entre dispositivos eletrónicos a curtas distâncias (até 100 metros de distância, normalmente).
São ondas de rádio em frequências específicas – geralmente 2,4 GHz – com um processo de emparelhamento para que os dispositivos se reconheçam e se comuniquem.
Veio substituir cabos, veio facilitar transferências, veio tornar a vida – ainda – mais fácil para quem está num telemóvel, num computador, ou a ouvir música, entre tantos outros casos.
Mas esta liberdade sem fios tem um custo oculto, um “lado negro” do Bluetooth, como avisa a NordVPN em comunicado enviado ao ZAP.
A provedora de serviços VPN avisa que esta tecnologia (também) é vulnerável porque o simples e inocente premir de um botão pode expor o seu dispositivo a hackers – mesmo que estejam à distância de um campo de futebol.
Ao colocar o seu dispositivo como detectável, os “piratas” conseguem facilmente explorar os pontos fracos e contornar até as medidas de segurança mais avançadas dos dispositivos.
O ataque mais perigoso, o mais evidente “lado negro” do Bluetooth é o bluebugging: os hackers acedem aos dados e controlam o dispositivo. Totalmente.
Os atacantes podem utilizar o dispositivo da vítima para fazer chamadas, enviar mensagens, aceder à internet e até ouvir conversas, sem que o dono do dispositivo se aperceba.
Os ataques mais graves ocorrem quando o hacker está a 10 metros, ou menos, do dispositivo.
Mas o hacker até pode estar do outro lado de um campo de futebol (lá está, o máximo de 100 metros de distância) e pode conseguir aceder na mesma.
Nestas distâncias maiores, ocorrem bluesnarfing e bluejacking. Num bluesnarfing, o “pirata” rouba informações de um telemóvel, como calendários, e-mails, mensagens de texto, fotografias e vídeos. O bluejacking envia spam para um dispositivo, através de mensagens ou anúncios indesejados – mas também pode fazer chamadas internacionais ou chamadas caras pagas ao minuto.
Estes ataques ocorrem através de telemóveis e computadores, mas também dispositivos domésticos: câmaras de vigilância, monitores para bebés, fechaduras de portas inteligentes, televisões.
E nos carros também: os hackers podem ouvir as suas conversas em modo mãos-livres e até falar diretamente com as pessoas dentro do seu carro. E só precisam de um portátil e de uma antena bluetooth.
Para evitar estes crimes, é melhor desativar o bluetooth quando não estiver a utilizá-lo, ocultar a visibilidade do Bluetooth, tornar os dispositivos bluetooth indetetáveis, recusar pedidos de ligação desconhecidos, criar palavras-passe para as ligações, ficar atento a picos no consumo de dados e, no geral, estar sempre atento a atividades suspeitas no seu dispositivo.