Importação, venda e utilização indevida de pastilhas elásticas, proibidas por lei. Singapura e a sua lei radical para manter as ruas e o metro limpos.
Em 1992, Singapura chocou o mundo ao adotar uma medida radical para manter as suas ruas limpas: proibiu as pastilhas elásticas, tanto na venda, como na mastigação.
A iniciativa surgiu como resposta aos problemas causados pelo lixo e pelas pastilhas elásticas coladas para sempre no chão das ruas e do metro, que tinha sido inaugurado apenas 5 anos antes, em 1987. O problema tornou-se “pegajoso” demais quando pastilha elástica começou a ficar presa nas portas automáticas, onde provocava falhas mecânicas e atrasos constantes nas linhas.
Sob a liderança de Lee Kuan Yew, o governo adotou uma legislação rigorosa que pune severamente, até hoje, a importação, a venda e a utilização indevida de pastilhas elásticas.
Se visitar, nada de mascar: as sanções podem ir até multas de 10 mil dólares singapurenses (cerca de 7.090 euros) e penas de prisão até dois anos. Em caso de reincidência, as multas podem ser aumentadas para 200 mil dólares de Singapura, com penas de prisão até 10 anos.
Não esquecer ainda que a venda ou promoção de pastilhas elásticas sem autorização pode dar origem a coimas de 1.417 euros.
Apesar do rigor desta regulamentação, existem exceções para os produtos com fins médicos, como as pastilhas elásticas com nicotina ou os produtos de saúde dentária, autorizados em 2004 em acordo com os Estados Unidos. Mas o consumo de pastilhas elásticas nos transportes públicos ou em locais públicos continua a ser uma infração grave.
Para além das pastilhas elásticas, as leis de limpeza de Singapura são tão ou mais rigorosas para outros comportamentos, como a deposição de lixo na via pública, que pode dar origem a coimas entre dois mil e 10 mil dólares de Singapura, dependendo do número de reincidências.
Estas políticas fizeram de Singapura uma das cidades mais limpas e organizadas do mundo.
