Mulher suspeita de desviar 188 mil euros de contas de mortos para comprar móveis e lingerie

A suspeita terá pedido cartões de telemóvel em segunda via para alterar os códigos de acesso a contas bancárias. No total, o esquema terá envolvido 9 pessoas.

O Ministério Público do Porto acusa uma mulher de 42 anos de liderar um esquema fraudulento que lesou 81 vítimas e resultou num desvio de 188 mil euros entre 2019 e 2023. A arguida, com acesso a bases de dados de empresas de telecomunicações, recolhia informações privadas, como números de contribuinte e dados bancários, e utilizava-as para cometer crimes envolvendo cartões de crédito.

O esquema envolvia a emissão de segundas vias de cartões de telemóvel das vítimas, permitindo à suspeita alterar códigos de acesso de contas bancárias e assumir o controlo do dinheiro disponível. A fraude incluía também ligações diretas às vítimas, nas quais a arguida se fazia passar por funcionária de entidades financeiras para obter acesso às contas.

Entre os crimes, destaca-se o caso de uma vizinha da arguida, de quem furtou o cartão de crédito em 2019, apoderando-se de mais de dois mil euros. Mesmo após a morte da idosa, a arguida continuou a usar o cartão para compras e transferências. Em 2023, acedeu à conta de outra mulher já falecida, realizando 120 transações no valor de 22 mil euros ao se passar pela titular junto ao serviço de apoio ao cliente.

Com o dinheiro desviado, a mulher fez compras em lojas de roupas, acessórios, artigos esotéricos e lingerie, além de deslocações em TVDE. O esquema também envolveu os pais, a irmã, dois antigos companheiros, uma prima e outros cúmplices, totalizando nove arguidos, escreve o Correio da Manhã.

Um dos antigos companheiros da arguida confessou o esquema em 2022 e entregou às autoridades uma pen drive com informações de vítimas, revelando que as burlas eram motivadas pela compra de drogas e que, embora todos colaborassem, era a arguida quem planejava e distribuía os lucros. Outro cúmplice confirmou o envolvimento e destacou o consumo de substâncias ilícitas como fator comum.

As investigações incluíram imagens de câmeras de segurança, que captaram a arguida a pedir segundas vias de cartões em lojas, alegando que eram para o marido, supostamente sem documentos devido a um assalto.

O Ministério Público acusa a mulher de 246 crimes, incluindo burla qualificada, falsidade informática e acesso ilegítimo a contas.

ZAP //

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