Um gigantesco painel solar no espaço será capaz de fornecer mais energia num ano do que todo o petróleo existente na Terra.
A China anunciou um plano para construir uma estação de energia solar no espaço, com um quilómetro de largura.
A estrutura será feita para transportar continuamente energia para a Terra através de micro-ondas. Espera-se que seja capaz de fornecer mais energia num ano do que todo o petróleo existente no mundo.
O projeto, cujos componentes serão levados para uma órbita geoestacionária acima da Terra através de foguetões super-pesados, foi apelidado como a “Barragem das Três Gargantas acima da Terra”.
A Barragem das Três Gargantas, situada no meio do rio Yangtze, no centro da China, é o maior projeto hidroelétrico do mundo e gera 100 mil milhões de quilowatts-hora de eletricidade por ano.
Mas o novo projeto seria ainda mais ambicioso. A promessa é feita pelo o cérebro da operação, Long Lehao, que, em declarações ao South China Morning Post, afirmou que “a energia recolhida num ano pelas [Três Gargantas Espaciais] seria equivalente à quantidade total de petróleo que pode ser extraída da Terra” .
No entanto, como nota a Live Science, a China não é o único país a planear a construção de satélites solares. As empresas norte-americanas Lockheed Martin e Northrop Grumman, a Agência Espacial Europeia (ESA) e a agência espacial japonesa JAXA também têm estado a investigar a tecnologia, com esta última a programar o lançamento de um pequeno satélite de prova de conceito este ano para avaliar a sua viabilidade.
Apesar dos recentes avanços, a tecnologia enfrenta algumas limitações fundamentais – como a cobertura intermitente de nuvens e o facto de a maior parte da atmosfera absorver a radiação solar antes de esta atingir o solo.
Os cientistas dispõem uma série de tecnologias de energia solar baseadas no espaço (SBSP), que se baseiam na recolha e transmissão contínua da energia da luz solar no espaço, onde esta é 10 vezes mais intensa do que à superfície da Terra.
A construção de um conjunto adequadamente gigante exigiria muitos lançamentos, o que significa que a maioria das propostas não conseguiu arrancar.
É aqui que a China se distingue
Ao contrário das outras agências, a Administração Espacial Nacional da China garante estar pronta para ultrapassar esses desafios.
Long Lehao e a equipa que lidera estão a trabalhar no desenvolvimento do foguetão reutilizável Longa Marcha-9 (CZ-9), que terá uma capacidade de elevação de pelo menos 150 toneladas.
Para além de ser utilizado para satélites, o foguetão será também fundamental para os planos da China de chegar à Lua – onde pretende construir uma base internacional de investigação lunar até 2035.