Sanções à Rússia multiplicaram-se e muitas empresas internacionais deixaram de operar em solo russo. Mas afinal…
Quase três anos após a invasão em larga escala da Ucrânia pela Rússia, o mercado de luxo em Moscovo continua a prosperar, apesar das sanções ocidentais e da retirada de marcas globais.
Bens de alto padrão, incluindo roupas de designers de topo, carros desportivos e joias, permanecem acessíveis aos russos ricos – por canais alternativos.
Grandes nações ocidentais, incluindo os EUA, países da União Europeia e o Reino Unido, proibiram as exportações de bens de luxo para a Rússia; e marcas de renome como Chanel, Hermès e LVMH saíram do mercado.
No entanto, os seus produtos ainda ocupam as prateleiras de lojas exclusivas como a TSUM em Moscovo, elenca o The Moscow Times.
Muitas marcas mantiveram os seus contratos de arrendamento, indicando potenciais planos de regresso. Não deixaram de estar ligadas ao espaço que ocupavam.
De acordo com um empresário francês que vende produtos de luxo em Moscovo, estas marcas continuam a fornecer produtos através de intermediários, mesmo com as lojas oficialmente encerradas.
“A saída anunciada é pura hipocrisia. Apesar de as suas lojas estarem oficialmente fechadas, estas marcas vendem aos russos através de ‘marketplaces’ e revendedores”, acrescentou esse empresário francês, que pediu anonimato.
Produtos sancionados entram na Rússia por meio de intermediários em países vizinhos – Quirguistão, Cazaquistão ou Azerbaijão – onde o comércio com países ocidentais aumentou desde a imposição das sanções.
Os compradores locais relatam poucas alterações. Natalia, uma dentista de 51 anos, observou que apenas algumas lojas encerraram, enquanto outras continuam a funcionar. Sergei, um reformado de 61 anos, ironizou a ideia de isolamento da Rússia, apontando para a disponibilidade contínua de produtos de luxo.
Os russos ricos também recorrem a “compradores,” intermediários que adquirem bens de luxo diretamente de boutiques na Europa e os enviam para a Rússia.
Esta prática, proveniente ainda da década 1990, garante acesso a itens exclusivos como joias, mobiliário e peles.
A procura também impulsionou um aumento nas vendas de luxo no Dubai, um novo destino para os russos abastados.
Com a procura sustentada por bens de luxo ocidentais (e com os contratos de arrendamento em vigor), especialistas acreditam que as marcas estrangeiras vão regressar à Rússia. “É apenas uma questão de tempo,” afirmou Andrei, um estilista que atende clientes de elite.
Contrabando… Aplicam sanções a russia mas não aplicam aos país que “pertencem” a russia.