ZAP
Tudo para arrefecer os centros de dados. A “fatura” da eletricidade também é dolorosa: gerar 100 palavras consome, em média, 0,14 kWh, o equivalente a alimentar 14 lâmpadas LED durante uma hora.
A utilização de tecnologias avançadas como a Inteligência Artificial (IA) está a transformar o mundo, mas também traz consigo um pesado custo ambiental.
Modelos como o ChatGPT, utilizado em grande força desde o seu lançamento em 2022, consomem grandes quantidades de recursos. Os números são alarmantes.
Cada texto de 100 palavras gerado pelo ChatGPT consome cerca de 519 mililitros de água. Para alguns até pode parecer pouco, mas o impacto escala num instante.
Estimativas indicam que, se apenas 10% da força de trabalho dos EUA pedisse um simples texto ao serviço da OpenAI semanalmente, o consumo anual de água ultrapassaria os 435 milhões de litros, o suficiente para abastecer as casas de um milhão de pessoas durante mais de um dia, de acordo com uma análise do The Washington Post com investigadores da Universidade da Califórnia, citada pelo National Geographic.
Este consumo está relacionado com o arrefecimento dos servidores em centros de dados, que utilizam sistemas à base de água para dissipar o calor gerado pelos cálculos.
Além da água, a IA tem um custo energético muito elevado. Gerar 100 palavras consome, em média, 0,14 kWh, o equivalente a alimentar 14 lâmpadas LED durante uma hora. Multiplicado pelos milhões de utilizadores globais, este consumo contribui significativamente para a pressão sobre as redes elétricas. Em regiões como o Texas e a Geórgia, a expansão de centros de dados tem agravado problemas de fornecimento de energia e já preocupa os locais.
As gigantes tecnológicas estão a reconhecer a necessidade de mudar. A Microsoft, por exemplo, assinou acordos para utilizar energia nuclear, enquanto a Google se comprometeu a repor mais água do que consome até 2030. Mas os progressos têm sido lentos.
