É o primeiro presidente na União Europeia oriundo de uma minoria étnica — e essa será a sua maior arma para conquistar o mundo.
António Costa, eleito em junho presidente do Conselho Europeu, inicia funções a 1 de dezembro, e prometeu esta sexta-feira “unidade entre todos” os líderes da União Europeia quando liderar a instituição.
Em entrevista ao jornal Politico, o ex-primeiro-ministro, de ascendência goesa-moçambicana, garantiu que a sua herança indiana o vai ajudar a dirigir uma das instituições mais importantes da União Europeia, especialmente na redefinição da relação da Europa com a Ásia, África e América do Sul.
“A minha principal missão é garantir a unidade entre todos… E isso significa estar em contacto permanente”, declarou António Costa, falando com meios internacionais em Bruxelas.
“Mesmo nos momentos mais críticos – como os que vivemos desde que a Rússia invadiu a Ucrânia – o Conselho [Europeu] conseguiu sempre tomar decisões. […] Por vezes, foi necessário realizar outra cimeira, mas foi sempre possível chegar a um acordo”, exemplificou.
Avança o mesmo jornal que Costa e o seu contexto cultural pessoal podem facilitar as negociações entre os líderes mundiais e representar melhor a a Europa lá fora, junto dos países africanos, asiáticos e latino-americanos.
Com o avô paterno natural de Goa e uma avó paterna franco-moçambicana, Costa gabou-se de o primeiro-ministro Narendra Modi lhe ter entregue pessoalmente um cartão de cidadão ultramarino que lhe concede privilégios de residência e de trabalho por tempo indeterminado: a “proximidade cultural, os seus conhecimentos e, por vezes, até as suas competências linguísticas (…) ajudam obviamente e espero utilizá-los ao serviço da UE”, sublinhou.
“Precisamos de ter relações mais estreitas com diferentes regiões e países que são relevantes num mundo que é muito mais do que o G7 ou o G20. Este é um mundo composto por 195 países”, lembrou.
“A minha principal missão é garantir a unidade entre todos… E isso significa estar em contacto permanente”, disse.
“Relação pessoal e política muito boa” com von der Leyen
Vincando que pretende alcançar esta unidade, António Costa defendeu, contudo, discussões mais eficazes ao nível do Conselho Europeu, razão pela qual se tem vindo a reunir com os líderes da União Europeia (UE) nas capitais comunitárias, para se preparar para a sua primeira cimeira europeia, marcada para 19 e 20 de dezembro.
Em declarações ao Financial Times, o antigo primeiro-ministro português vincou ser “unânime esta visão [de que] ninguém quer perder tempo a redigir” conclusões escritas.
“O que nós queremos é ter conclusões mais curtas, porque não precisamos que cada Conselho [Europeu] discuta mais uma vez todos os problemas do mundo. Precisamos de concentrar cada Conselho [Europeu] numa mensagem política”, salientou, numa alusão às várias horas de reuniões de alto nível em Bruxelas, defendendo ainda “colmatar o fosso entre os cidadãos europeus e as instituições da UE”.
Costa disse ainda ao Times ter “uma relação pessoal e política muito boa” com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, ao contrário do seu antecessor, Charles Michel, o que vai permitir “dividir responsabilidades e evitar conflitos”.
“Guardião da unidade”
Há duas semanas, o presidente cessante do Conselho Europeu, Charles Michel, disse precisamente confiar que o antigo primeiro-ministro português seja “guardião da unidade” entre os Estados-membros, quando a União Europeia enfrenta desafios económicos e geopolíticos.
António Costa, que fez parte do Conselho Europeu em representação de Portugal durante oito anos (período em que foi primeiro-ministro), conhece já alguns dos líderes da União Europeia (UE), mas pretende, no seu mandato de dois anos e meio à frente da instituição, encontrar pontos de convergência para compromissos entre os 27.
Por essa razão, antes de iniciar funções, realizou no verão e início do outono um roteiro pelas capitais europeias para se encontrar presencialmente com os chefes de Governo e de Estado da UE para conhecer melhor as suas perspetivas e prioridades para o próximo ciclo institucional no espaço comunitário.
Em junho, Costa foi eleito pelos chefes de Estado e de Governo da UE como presidente do Conselho Europeu para um mandato de dois anos e meio a partir de 1 dezembro de 2024, sendo o primeiro português e o primeiro socialista à frente da instituição.
Sucede no cargo ao belga Charles Michel, em funções desde 2019.
Antigo primeiro-ministro belga, o político liberal Charles Michel, de 48 anos, preside ao Conselho Europeu até 30 de novembro de 2024, num período marcado por crises como a saída do Reino Unido da União Europeia, a pandemia de covid-19, a invasão russa da Ucrânia e, mais recentemente, o reacender das tensões no Médio Oriente.
ZAP // Lusa
A investigação ‘Influencer’ apenas serve para afastar na cabecinha do Costa qualquer ideia de se candidatar para a presidência da república.
1) Sócrates
2) António Costa
3) ……………………
… dass ….
Este foi sempre um ilusionista,. um calculista oportunista. Um indivíduo algo perigoso.