Merkel revela os seus truques para lidar com o “emocional” Trump (e até pediu ajuda ao Papa)

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(h) Jesco Denze / Bundesregierung

Angela Merkel, Shinzo Abe, Emmanuel Macron, Theresa May et al enfrentam Donald Trump durante cimeira do G7 de 2018.

Num novo livro de memórias, a ex-chanceler alemã arrasa Donald Trump, detalhando as suas dificuldades nas relações diplomáticas com o ex-Presidente norte-americano e o seu fascínio por políticos com tiques de ditador.

Angela Merkel, antiga chanceler da Alemanha e figura de proa da política europeia, está a levantar o pano sobre as suas experiências com Donald Trump durante o seu primeiro mandato na Casa Branca.

Numa nova biografia, cujos excertos foram publicados no semanário alemão Die Zeit, Merkel partilha reflexões sobre a visão do mundo de Trump, o seu fascínio com Vladimir Putin e os desafios de lidar com o impetuoso Presidente norte-americano.

“Ele julgava tudo na perspetiva do empresário imobiliário que tinha sido antes da política. Cada propriedade só podia ser atribuída uma vez. Se ele não a conseguisse, outra pessoa conseguiria. Era também assim que ele via o mundo”, relata a ex-chanceler da Alemanha.

Merkel frisa ainda que, para Trump, “todos os países estavam em competição uns com os outros, em que o sucesso de um era o fracasso do outro“. “Ele não acreditava que a prosperidade de todos pudesse ser aumentada através da cooperação”, aponta.

A antiga chanceler admite que lidar com Trump foi um desafio tão grande que procurou aconselhamento junto de uma fonte improvável: o Papa Francisco. Durante um período em que Trump ameaçava retirar os Estados Unidos do acordo climático de Paris, Merkel lembra-se de ter perguntado ao Papa como gerir diferenças ideológicas significativas dentro de um grupo de líderes influentes.

“Ele compreendeu-me imediatamente e respondeu-me de forma direta: ‘Dobra, dobra, dobra, mas certifica-te de que não se parte‘”, conta Merkel. Merkel aceitou o conselho, repetindo-o para si própria enquanto procurava chegar a compromissos durante as suas negociações com Trump.

Merkel também recorda o seu primeiro encontro com Trump na Casa Branca, em março de 2017, descrevendo-o como um choque de estilos e prioridades. “Falámos em dois níveis diferentes. Trump a um nível emocional, eu a um nível factual. Quando ele prestava atenção aos meus argumentos, geralmente era só para construir novas acusações a partir deles”, considera.

“Quando voei para casa, não tive um bom pressentimento”, admite Merkel. As suas primeiras impressões revelaram-se proféticas: “Não haveria trabalho conjunto para um mundo em rede com Trump”, lamenta.

A ex-chanceler também comenta a polémica relação entre Donald Trump e Vladimir Putin, detalhando o aparente fascínio do norte-americano com o Presidente da Rússia. “Donald Trump fez-me uma série de perguntas, incluindo sobre as minhas origens na Alemanha de Leste e a minha relação com Putin. Ele estava obviamente muito fascinado pelo Presidente russo”, opina.

Com o tempo, Merkel observou um padrão no comportamento de Trump: “Nos anos que se seguiram, tive a impressão de que os políticos com caraterísticas autocráticas e ditatoriais o cativavam”.

Adriana Peixoto, ZAP //

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1 Comment

  1. Estamos a falar da mesma Merkel k entregou a política energética da maior economia da UE ao putin. Ah pronto! K crânio genial vou já buscar o bloco de notas k tenho enrolado ao lado da sanita

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