O triunfo do Benfica no Algarve não foi fácil. O Farense começou muito bem, marcou, depois recuou e criou muitas dificuldades às “águias”, tapando os caminhos para a sua baliza — excepto em duas situações.
Na primeira destas situações, na primeira parte, o Farense não recuperou a preceito numa subida e permitiu o golo de Carreras. E depois, na segunda, quando a formação da Luz já jogava em 4-4-2 e começou a colocar mais elementos na área.
Ainda assim, os homens de Faro mantiveram os lisboetas em sentido até final.
Início de jogo muito animado em Faro, com lances de ataque e contra-ataque dos dois lados. Os homens da casa começaram melhor, com mais remates e golo de Darío Poveda.
O Benfica como que acordou com a desvantagem e assumiu em definitivo as despesas do jogo, mas o seu 4-3-3 privilegiava as diagonais dos extremos Kerem Aktürkoğlu e Ángel Di María, o que afunilava o futebol benfiquista e beneficiava o 5-4-1 algarvio, que acompanhava bem os movimentos visitantes.
Na única vez que não o fez, a bola chegou a Álvaro Carreras, que empatou. E até ao intervalo só deu Benfica.
No segundo tempo, Lage corrigiu posicionamentos, tirou Bah (Aursnes assumiu a lateral direita) e lançou Beste, colocando Aktürkoğlu nas costas de Pavlidis, e muito mudou, com o Benfica a conseguir abrir o seu jogo e criar mais perigo. Numa das incursões do turco na área, este assistiu Pavlidis para o 2-1.
Parecia que iria ser mais fácil para as “águias”, mas não. O Farense reuniu as tropas, fechou a sua baliza mais uma vez e o resultado ficou assim.
O Jogo em 5 Factos
1. Mínimo de faltas num jogo
Este foi o jogo do campeonato com menos faltas cometidas até ao momento, somente 15, menos uma do que havia acontecido no embate das “águias” na Luz ante o Gil Vicente.
A formação “encarnada” igualou mesmo o número mais baixo de faltas de uma equipa num jogo (5), valor que pertencia ao Sporting em Alvalade contra o… Farense.
2. Benfica de qualidade no passe
Já Bobby Robson sublinhava a importância do “pass precise” e o Benfica seguiu essa regra a preceito. Os lisboetas fixaram o seu máximo de passes num só encontro (655), mas também de entregas certas (580), quando a sua média era de cerca de 410.
3. Domínio na posse e nas acções
O Benfica esteve sempre por cima no jogo, excepto talvez nos momentos iniciais da partida, e não só terminou com expressivos 68% de posse, como assinou o segundo valor mais elevado de acções com bola, 865, apenas atrás das estrondosas 954 do Sporting ante o Casa Pia.
4. Farense bem no drible
Já é há muito sabido que as equipas do Benfica com Bruno Lage permitem muitos dribles aos adversários e o Farense confirmou essa realidade. Os algarvios igualaram o seu máximo de tentativas (25) e fixaram novo recorde da equipa em eficazes (11).
5. Perdas de posse fatais
Do lado negativo, o Farense registou 21 perdas de posse no terço defensivo, zona “proibida”. A média dos algarvios até ao momento era de cerca de 12 por desafio.
Melhor em Campo
O espanhol está feito um senhor jogador. Álvaro Carreras vai coleccionando excelentes exibições e foi o melhor em campo em Faro. O lateral-esquerdo marcou o golo do empate “encarnado”, com um remate rasteiro colocado, e esteve um pouco em todas as acções da equipa pelo seu flanco, defensivas e ofensivas.
Carreras foi o jogador com mais acções com bola (114), acertou 94% dos 83 passes que realizou, acumulou o máximo de recuperações de posse, de desarmes e ainda realizou seis alívios.
Resumo
// GoalPoint