Burlão do Placard andou por todo o país, depois de sair da prisão por burlar ourivesarias

A PSP deteve um jovem de 21 anos que burlou pelo menos 18 casas de apostas em todo o país, através de um falso comprovativo de pagamento de apostas do Placard. O espanhol já tinha sido preso em Portugal por burlar ourivesarias. Oito dias depois de ter sido libertado já estava a reincidir.

Foi detido, esta quarta-feira, em Oeiras, um ‘burlão do Placard’.

Segundo a Polícia de Segurança Pública (PSP), o jovem espanhol de 21 anos fazia apostas desportivas no jogo Placard, da Santa Casa, e simulava o pagamento com falsos comprovativos de transferências bancárias.

“Ele pedia para fazer o registo das apostas Placard e depois simulava um pagamento por transferência bancária e falsificava o comprovativo de transferência. As pessoas das papelarias e das casas das apostas, julgando que tinham sido ressarcidas do dinheiro das apostas, registavam os talões e acabavam por não ter o retorno do pagamento da aposta”, explicou à Lusa Nelson Silva o chefe da área operacional do Departamento de Investigação Criminal (DIC) da PSP.

Nelson Silva explicou que esta investigação teve início em fevereiro e desde então há registo de pelo menos 18 crimes em 16 cidades de todo o país.

Segundo a PSP, o jovem usava números de contribuinte e identidades falsas que os mostrava aos comerciantes através do telemóvel. Chegou a usar 15 identidades falsas.

“Desde fevereiro que passou por todos estes concelhos a fazer esta artimanha: registava os talões das apostas fazendo recurso de um falso comprovativo bancário, como se tivesse pago as apostas, depois não tinha pago, mas ficava com as apostas registadas e daí conseguia recolher os prémios das apostas se as ganhasse”, explicou o comissário, desconhecendo se chegou a ganhar alguns prémios, o que a investigação ainda vai apurar.

Segredo: Apostar à hora de fecho

A PSP indica que o jovem fazia as apostas à hora de fecho das casas das apostas, o que impossibilitava o seu cancelamento e levava a crer os comerciantes que tinha efetuado um pagamento por transferência bancária de um banco espanhol.

Nelson Silva avançou que o prejuízo total das burlas é de cerca de 55 mil euros e quando foi detido, na quarta-feira, tinha 433 talões no valor de apostas 12 mil euros.

Preso em 2023 por burlar ourivesarias

O chefe da área operacional do DIC da PSP disse também à Lusa que o jovem foi detido 2023 pela polícia pelo mesmo tipo de burlas, mas em ourivesarias.

“No ano passado foram 12 crimes pelo mesmo método. Ia a uma ourivesaria, escolhia as peças de ouro e depois simulava os pagamentos com falsos comprovativos de transferências bancárias”, afirmou, dando conta de que na altura o prejuízo total rondou os 100 mil euros em todo o país.

Segundo Nelson Silva, o jovem esteve preso preventivamente uns meses, mas entretanto foi libertado porque há um mecanismo na lei que permite pagar às vítimas os danos.

“Ele pagou a quase todas as vítimas e foi-lhe restituída a liberdade. Quando foi restituída a liberdade, ele continuou cá em Portugal, não a fazer burlas a ourivesarias, nas sim às aposta Placard”, precisou.

Segundo o comissário, oito dias depois de ter saído da prisão já estava a reincidir.

O ‘burlão do Placard’ tem também um “vasto historial” de crimes de burla em Espanha, onde começou a praticar este crime com 16 anos, tendo pendente naquele país uma pena de prisão de sete anos.

Está, neste momento, em prisão preventiva depois de ser ouvido pelo juiz de instrução.

ZAP // Lusa

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