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Os bilionários estão a levar obras de arte originais para os seus super-iates. Está a correr mal

Winch Design

Somnio, o maior iate do mundo. Agora, também uma galeria de arte

Os super-iates sempre foram espaços arriscados para manter coleções de arte, e não apenas por causa do ar salgado húmido e do movimento constante. Mas estes palácios flutuantes são cada vez mais as novas galerias de arte dos bilionários.

A arte e o mar não são propriamente um par perfeito. Mas cada vez mais bilionários estão a levar obras de arte originais para os seus super-iates — colocando-as em risco.

“A ignorância da tripulação é o maior perigo no mar” para as obras de arte, diz a historiadora de arte Pandora Mather-Lees. “Muitas vezes não conhecem o valor cultural da obra ou o seu valor emocional para o proprietário”.

E não faltam exemplos recentes de casos em que obras primas da arte contemporânea foram danificadas em alto mar.

Recentemente, uma obra de arte avaliada em 110 milhões de dólares necessitou de um restauro especializado depois de a tripulação a ter limpado de forma grosseira, sem se aperceber de que os cereais que estava sobre a tela fazia parte da pintura, conta o ARTnews.

Em outros incidentes nos últimos meses, esculturas de cristais da Boémia foram colocadas numa máquina de lavar louça, um candeeiro com um valor de 110 mil euros foi partido por uma almofada atirada por um membro da tripulação durante operações de limpeza.

Também uma icónica Brillo Box, peça original de Andy Warhol no valor de 2.8 milhões de euros, foi confundida com material de limpeza e deixada ao sol.

Kevin / Wikipedia

Não, não são produtos de limpeza. São Brillo Boxes de Andy Warhol

Dá assim para perceber por que é que alguns bilionários estejam agora a optar por exibir nos seus super-iates cópias das obras de arte — ou a alugar os originais.

É possível alugar uma obra de arte por muito pouco“, explica Mather-Lees. “Funciona em várias situações — talvez para um evento temático para criar uma atmosfera específica, ou porque os proprietários estão numa situação de transição.”

O aluguer também é uma opção natural para quem gosta de mudar as suas colecões com frequência — ou passar apenas uma ou duas semanas a bordo por ano.

Algumas galerias e museus têm programas de aluguer de obras de arte, normalmente em inventário disponível  separado das suas coleções), e várias empresas nos EUA e no Reino Unido são especializadas neste negócio, que inclui a coordenação da logística e dos seguros.

“O aluguer de obras de arte permite que os proprietários organizem coleções que se alinham com o estilo do seu espaço sem um compromisso financeiro a longo prazo”, explica Patrick McCrae, Diretor Executivo da Artiq, com sede em Londres, que realizou projetos residenciais, empresariais e de arte pública em 24 países.

Algumas obras são históricas, acrescenta McCrae, mas a maioria das peças provém de artistas emergentes ou em meados de carreira de todo o mundo.

Há também opções “experimente antes de comprar“, diz Craig. “Um proprietário de um super iate pode desfrutar de um barco cheio de arte do seu concessionário sem qualquer custo, se for o cliente certo“.

Mas para alguns, como o financeiro Ken Griffin, cujo super iate Viva, de 94 metros, está decorado com Pollocks, Warhols e Cézannes, a emoção de ter obras de valor incalculável a bordo supera claramente as potenciais desvantagens.

“As pessoas mantêm obras de arte muito valiosas nos seus iates porque gostam de estar à frente delas e dizer aos convidados: ‘Isto vale mais do que o barco‘”, explica Craig.

Claro que não é qualquer obra de arte que vale mais que um destes iates…

ZAP //

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