Cantor tinha 79 anos e era considerado o “rei” da música romântica em Portugal. Tinha sido diagnosticado recentemente com dois cancros.
O cantor Marco Paulo morreu hoje, aos 79 anos.
A notícia foi avançada ao início da manhã pela SIC Notícias, do mesmo grupo de media onde tinha um programa semanal – na SIC.
Marco Paulo foi diagnosticado recentemente com dois cancros, um no pulmão e outro no fígado.
Em meados de setembro, recebeu a notícia de que a quimioterapia não estava a resultar e seria suspensa, de acordo com a mesma fonte.
Marco Paulo, nome artístico de João Simão da Silva, nasceu a 21 de janeiro de 1945, em Mourão, no distrito de Évora, fixando-se com a família em Alenquer, no distrito de Lisboa, no final dos anos 1950, e depois no Barreiro, já na década de 1960.
Conhecido pelos seus caracóis, apareceu na cena musical ainda novo, tendo participado logo na quarta edição do Festival da Canção, em 1967, com a música Sou tão feliz.
A carreira prolongou-se por praticamente 60 anos. Lançou mais de 70 discos, com vendas superiores a 5 milhões de cópias. Causou sucesso em Portugal, quer com originais, quer com versões de grandes êxitos estrangeiros.
Um desses casos foi Só falei para dizer que te amo.
Mas o seu maior êxito surgiu logo no início da década 1980: Eu tenho dois amores.
Um grande e prolongado sucesso nacional, que vendeu quase 200 mil cópias, e que mais tarde foi também o nome de um programa na RTP.
A partir de certa altura da carreira, e mesmo nos últimos anos, até dentro da comunidade musical muitos o consideravam o “rei” da música romântica em Portugal.
Mas Marco Paulo também lutou diversas vezes contra cancros: primeiro em 1996 (abdómen), mais recentemente em 2020 (mama), em 2022 (pulmão) e há menos de um ano no fígado.
Mesmo doente, continuou a apresentar o seu programa Alô Marco Paulo, na SIC.
O cantor chegou a dizer seria “muito difícil virar as costas ao público”. “Gostava muito que tivesse sido num concerto”, desabafou.
ZAP // Lusa
Uma voz eterna assim como a da Amália Rodrigues. Dois vultos, dois fenómenos da música portuguesa. Vi-o em Bissau em 1969, onde ele estava a prestar o serviço militar obrigatório.
Uma excelente voz, infelizmente com muitos problemas de saúde. Que descanse em paz.
Respeitando a dor de todos os seus parentes, amigos e admiradores, não posso contudo deixar de dizer uma verdade: este homem e os seus confrades do “pimba” fizeram um mal irreparável à cultura e à música popular portuguesa. Desde os anos 1990s em que Marco Paulo teve tempo de antena oferecido pela RTP da época, como prémio do seu apoio eleitoral a Cavaco Silva, que a música popular em Portugal se degradou de uma maneira imparável. O que se vê hoje em dia musicalmente nas televisões comerciais é de um mau gosto atroz. O “pimba” institucionalizou-se. E a culpa foi desse senhor, o rei da piroseira. Não só dele, mas também de duas outras criaturas, que surgiram nos ecrãs na mesma época, pela mão maléfica do sr. José Eduardo Moniz: Manuel Luís Goucha e Teresa Guilherme. Chegaram até agora e já têm herdeiros.