A arma preferida de Trump virou-se contra Trump

Provar do próprio veneno: as redes sociais, os memes, o gozar/desprezar as outras pessoas. E o furacão mais chuvoso de água.

Donald Trump acha que podia ser um artista, um comunicador, um humorista; se não fosse empresário e candidato à presidência dos Estados Unidos da América.

Além de ser um mestre do improviso (ainda recentemente transformou um comício numa espécie de concerto), tenta ter graça.

Por vezes “estica-se”. Ele e a sua equipa de comunicação, quando utiliza as redes sociais, memes, para gozar/rebaixar os adversários, ou pessoas de quem não gosta.

Mas nos últimos tempos, nesta recta final da campanha para as eleições presidenciais de Novembro, o líder do Partido Republicano tem “provado do seu próprio veneno“, descreve o Axios.

É que, agora, Trump é que tem sido alvo das troças do Partido Democrata.

Ainda no domingo passado, a campanha de Kamala Harris criou um carrossel de fotos de Trump aparentemente a gozar com o seu bronzeado falso ao som da música Please Please Please, de Sabrina Carpenter – onde se ouvem versos sobre uma “maquilhagem tão fixe”.

O furacão Milton também serviu para os democratas recuperarem uma frase menos feliz do rival: “Este é um dos furacões mais chuvosos que já vimos do ponto de vista da água”.

Quando Trump recusou participar num segundo debate com Kamala Harris, a campanha democrata publicou um vídeo do ex-presidente com um som sobreposto de galinhas a gritar.

Também no domingo, outro vídeo foca-se numa resposta incoerente de Donald Trump num evento, e a campanha rotulou o ex-presidente de “delulu” – palavra da Geração Z para falar sobre alguém que tem delírios. Trump também tem o hábito de criar alcunhas para outras pessoas, como “Crooked Hillary” Clinton ou “Sleepy Joe” Biden.

A Geração Z não é um pormenor nesta mudança de rumo, de estratégia: há muitos jovens envolvidos nas redes sociais da campanha de Kamala Harris. O humor aparece, os vídeos no TikTok causam sucesso e chegam a mais jovens eleitores.

Entretanto, Donald Trump, a sua equipa e os seus apoiantes têm ficado para trás neste “jogo”.

O candidato republicano ainda não conseguiu arranjar uma alcunha popular sobre Kamala Harris. A sua campanha passou a ser lenta a capitalizar o poder dos memes. Uma conta no X praticamente deixou de gozar com os outros.

E mais… Em reacção à Axios sobre o acumular de memes da campanha da rival Kamala, o porta-voz da campanha de Trump, Steven Cheung, disse: “Se alguém pensa que usar emojis é uma técnica de mensagens de ponta, está totalmente fora da realidade”.

ZAP //

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