Desde a ligações a bruxaria até dialetos que associam os sapos ao diabo, há várias superstições por trás desta aversão dos ciganos. Vários ativistas denunciam a colocação dos sapos nas lojas como um exemplo da discriminação enfrentada pelos ciganos em Portugal.
Já alguma vez reparou na quantidade de lojas que têm sapos de cerâmica à porta?
Para quem não conhece o contexto, pode só parecer que os comerciantes portugueses são grandes fãs destes anfíbios, mas a verdade é mais desconcertante — há uma crença recorrente de que os ciganos tem medo de sapos e que estas pequenas estátuas os afugentam das lojas.
Afinal, há alguma verdade nesta teoria?
Uma simples pesquisa sobre este ritual revela vários artigos noticiosos estrangeiros que se mostram perplexos com a prática, o que indica que esta superstição é mais prevalente na comunidade cigana em Portugal do que noutros países.
“Toda a gente tem sapos aqui. É para assustar os ciganos porque eles têm medo de sapos”, afirmou a lojista portuense Helena Conceição à Al-Jazeera em 2019.
Um dono de restaurante em Lisboa é adepto da mesma tática. “É raríssimo virem. Mesmo que entrem, saem o mais depressa possível assim que os vêem. Ficam incomodados”, explicou ao Sol, em 2013.
“Dois ciganos sentaram-se e pediram uma cerveja, mas mal repararam nos bichos disseram ‘ai, vamos embora que estão aqui ‘saltantes’”, revela o empresário.
De acordo com a investigadora Mirna Montenegro, especializada no estudo da cultura cigana, a origem da aversão aos sapos data dos tempos medievais. “Este animal está associado a rituais de bruxaria que aconteciam na Idade Média e a crença foi passando de geração em geração”, explica.
“Além da má sorte nos negócio, o sapo simboliza também ‘contrários’, isto é, conflitos entre famílias”, acrescenta, frisando que há até muitos ciganos que não ousam dizer o nome do animal — o que pode explicar o uso de termos como “saltitantes”.
Francisco Monteiro, que faleceu este ano e foi diretor-executivo da Obra Nacional da Pastoral dos Ciganos durante 26 anos, notava o receio da comunidade com a mera menção do animal. “Às vezes tenho dificuldade em falar da internet e usar a expressão ‘sapo.pt’. Só isso causa-lhes muita repulsa”, referiu.
Outra explicação prende-se com alguns dialetos romani, em que a palavra beng tanto significa “sapo” como “diabo”. Por esta razão, para alguns ciganos olhar para um sapo pode ser equivalente a evocar o diabo.
Mirna Montenegro explica, no entanto, que esta superstição já a perder importância com as novas gerações. “Só os ciganos mais idosos, sem instrução e ostracizados é que alimentam esta crendice, à semelhança de muitos não-ciganos que vivem sobretudo no meio rural”, sublinha.
“Os mais velhos, com mais de 60 anos, continuam a ter bem presente esta superstição, que nasceu do tempo em que as comunidades nómadas testemunharam feitiçarias. Mas as novas gerações já não acreditam e até brincam com o assunto”, reforça Bruno Gonçalves, investigador e ativista pelos direitos dos ciganos, ao Sol.
Luta contra a discriminação
Há um movimento crescente de denúncias desta prática como um sintoma de um preconceito enraizado, numa altura em que o mais recente Inquérito às Condições de Vida, Origens e Trajectórias da População Residente em Portugal (ICOT) revela que 51,3% dos ciganos afirmam que já sofreram discriminação em Portugal.
“É tão comum em Portugal insultar os ciganos que é visto como algo normal“, explica a atriz e ativista Maria Gil à Al-Jazeera.
Gil, que é cigana, afirma que tenta boicotar as lojas com os sapos “hediondos”, mas é tão frequente encontrá-los que é obrigada a fazer compras em lojas que discriminam contra a sua comunidade. “Já contei 13 sapos em lojas perto da minha casa, incluindo farmácias e clínicas”, afirma.
A arte também serve como uma arma contra o preconceito. A curta-metragem de Leonor Teles “Balada de um Batráquio“, que ganhou vários prémios internacionais, debruça-se sobre o preconceito por detrás destes infames sapos de loiça.
A peça de teatro “Engolir Sapos“, da autoria de Fernando Giestas, também retrata o impacto que a prática tem na vida quotidiana dos ciganos, havendo até casos de pequenos sapos à porta de edifícios públicos, como Câmaras Municipais.
“Por muito que me seja indiferente, isto deve ser denunciado”, considera Bruno Gonçalves, que em 2012 avançou com uma queixa contra o dono de uma cervejaria em Coimbra.
O dono do negócio terá perguntado à família de Bruno Gonçalves se lhes causava “impressão” estarem perto de um sapo, que usava “para afugentar ciganos maus”. Os clientes pediram ao empresário que retirasse o sapo de loiça da loja, mas o homem “rui-se” e “não fez caso”.
Um ano depois, ao ver que o sapo ainda lá estava, o ativista decidiu fazer queixa ao Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural (ACIDI). O dono da cervejaria alegou que o sapo servia para fins decorativos, tal como um galo de Barcelos, mas foi condenado pelo seu comportamento “de índole racista”.
“Está em causa um tratamento desigual baseado na origem étnica e que põe em causa a dignidade das pessoas visadas, sendo humilhante para as mesmas”, lê-se na decisão do ACIDI, citada pelo Sol. Como sanção, o empresário foi obrigado a retirar o sapo de loiça do restaurante.
Certamente que há ciganos injustamente tratados, até porque alguns nem se identificam com as regras da comunidade de origem.
Contudo não falam do que mais acontece, que é problemas vindo de muitos membros da comunidade cigana, desde tentar aldrabar, ameaças sérias, violência…. e ninguém faz nada por receio da sua vida.
A Maria Gil devia era estar preocupada e ser ativista dos direitos dos animais, já que neste caso os sapos não têm culpa que não gostem deles. Right?
Ou isto é uma daqueles memes em que tem 2 botões e não sabe onde carregar?
Os Ciganos são vitimas de discriminação, isso não contesto, mas fazem por isso. Só quem não tem que lidar com os Ciganos é que os protege. Mentem, roubam, ameaçam como mais ninguém em Portugal. Não têm respeito por ninguém e usufruem de direitos e benesses apenas suplantados pelos dos políticos.
É um povo que se considera superior e assim resiste às tentativas de integração. Se a única coisa que mete respeito é um saltitante, então quem é discriminada não é a etnia minoritária
O Wokismo no seu melhor, em vez das entidades pagas pelos contribuintes se preocuparem com o porquê de tantos sapos nos restaurantes, cafés etc… que depressa será justificado com o comportamento dessa étnia nesses estabelecimentos, prejudicando donos e utentes, rotula-se com racismo e está resolvido. Assim cria-se uma desculpa para o comportamento dessa étnia e não se resolve o descontentamento do povo levando a sensação de injustiça e ao aumenta da descriminação, xenofobia e racismo. A incompetência graça neste país e o wokismo só veio piorar.
Os ciganos não têm culpa nenhuma disto.
A culpa é dos sapinhos que indignam uma prole de activistas que nunca viveram com ciganos, nunca trabalharam para os ciganos, nunca negociaram com ciganos nem nunca aturaram ciganos.
Os activistas que dêem guarida nas suas ricas casinhas aos ciganinhos e depois que venham falar com razão.
“A curta-metragem de Leonor Teles “Balada de um Batráquio“, que ganhou vários prémios internacionais,”
A ironia de a curta-metragem mais famosa de uma cineasta cigana envolver destruição de propriedade alheia. Nem os supostos artistas se conseguem conter.