Nem o susto apagou um intenso brilho luso

Miguel A. Lopes / Lusa

Quando a Polónia reduziu para 2-1 aos 78 minutos, foi impossível não olharmos para esse momento com um sentimento de injustiça, mas também de alerta para o recuo luso e a diminuição na intensidade do seu jogo.

Portugal fez uma grande exibição até ao derradeiro quarto-de-hora, uma das melhores sob o comando de Roberto Martínez, com controlo do jogo, qualidade no passe, disciplina táctica, criatividade e inúmeras ocasiões criadas.

A turma das “quinas” marcou dois golos na primeira parte, sofreu o tal susto, mas acabou por descansar graças a um autogolo.

Grande primeira parte de Portugal. A Polónia até começou melhor, mas os lusos rapidamente pegaram no jogo, empurraram os anfitriões para o seu terço defensivo e criaram inúmeros lances de muito perigo.

Portugal chegou mesmo ao intervalo com duas bolas nos ferros e quatro ocasiões flagrantes, duas delas para os golos de Bernardo Silva e Cristiano Ronaldo. Muito jogo pela esquerda e segurança no passe.

A turma das “quinas” continuou a controlar e a criar diversas situações de golo, a melhor num lance (54′) em que Ronaldo tinha tudo para fazer golo, mas decidiu passar a Bruno Fernandes, que atirou por cima.

Adivinhava-se o terceiro, mas o que aconteceu foi o tento polaco, por Piotr Zieliński, a castigar o desperdício da equipa de Roberto Martínez, que relaxou em demasia nos minutos finais. Contudo, na sequência de um contra-ataque, Jan Bednarek (88′) fez autogolo e descansou as hostes lusas.

O Jogo em 5 Factos

1. Muitas oportunidades

P0rtugal fez o que quis ada defesa polaca durante a maior parte do tempo, ao ponto de ter criado seis ocasiões flagrantes, tendo duas dado golo. Essa meia-dúzia é o quarto valor mais alto da competição, sendo o recorde (Alemanha-Hungria) de nove.

2. Grande qualidade no passe

Um dos sustentáculos da actuação lusa foi a qualidade no passe. Em 607 entregas, Portugal completou 555, ou seja, um pouco mais de 91%.

3. Sem muita pressão

Nem a Polónia (na maior parte do tempo), nem Portugal (quando abrandou o ritmo) apostaram claramente na pressão em zonas altas. Por esse motivo houve apenas 17 acções defensivas nos meios-campos contrários, nove para os da casa, oito para os lusos.

4. Trio que gosta de correr com bola

Portugal terminou com 1232 metros de progressão em condução com bola, mais do dobro da Polónia (528). Os três portugueses com mais metros em progressão, Pedro Neto (242), Rafael Leão (199) e Nuno Mendes (198) contribuíram com mais de metade (639).

5. Superioridade nos duelos

Os jogadores de Polónia e Portugal disputaram 99 duelos individuais. Também aqui os lusos foram superiores, tendo ganho 55 desses lances.

Melhor em Campo

Bruno Fernandes continua divorciado com o golo nesta primeira metade de época, mas realizou uma exibição em crescendo e foi o MVP. Além da assistência para o golo de Bernardo, Bruno foi o mais rematador, com cinco disparos, dois enquadrados, criou uma ocasião flagrante em quatro passes para finalização (máximo) e ainda registou o segundo valor mais elevado de desarmes (4).

Se não tivesse desperdiçado duas ocasiões flagrantes, a nota teria disparado.

Resumo

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