Os cientistas estão prestes a poder decifrar os segredos das partículas mais pequenas do mundo com mais pormenor do que nunca graças a uma importante atualização do LCLS-II, o laser raio-x mais potente do mundo.
Os segredos das partículas mais pequenas do mundo poderão, em breve, ser exploradas com mais detalhe do que nunca.
Este avanço sem precedentes será possível graças à atualização do Linac Coherent Light Source II (LCLS-II) – o laser raio-x mais poderoso do mundo, do National Accelerator Laboratory na Califórnia (SLAC), nos EUA.
Como explica a Live Science, esta ferramenta essencial na pesquisa científica usa feixes de raios X para analisar átomos, nanoestruturas e moléculas.
Além disso, o LCLS-II serve para iluminar os processos atómicos e subatómicos que ocorrem em ciências como a quântica, a energética e a biológica.
Os lasers de eletrões livres, como o LCLS, produzem uma luz extremamente brilhante e intensa – operando por meio de um processo que acelera eletrões quase à velocidade da luz e os faz emitir fotões ao passarem por um conjunto de ímanes.
O LCLS, que está em funcionamento desde 1962 num túnel de 3,2 quilómetros, foi atualizado pela primeira vez em 2023 para o projeto “LCLS-II”, aumentando significativamente o brilho do laser.
A atualização permitiu que o laser emitisse feixes em rajadas de um milhão de impulsos por segundo.
O LCLS-II permitiu, por exemplo, criar “filmes moleculares” para visualizar processos biológicos complexos, como a visão dos mamíferos, a fotossíntese e a ligação de medicamentos.
A mais recente atualização, conhecida como “LCLS-II-HE”, visa agora duplicar a energia do feixe, resultando num aumento global de 3.000 vezes no brilho.
“Se a atualização do LCLS-II permitiu uma câmara de cinema de alta qualidade capaz de captar imagens nítidas e detalhadas, a atualização do LCLS-II-HE aumenta consideravelmente a resolução e a sensibilidade dessa câmara. Os cientistas serão capazes de obter imagens do movimento à escala atómica de materiais, sistemas químicos e complexos biológicos para enfrentar alguns dos desafios mais críticos da nossa sociedade”, o Diretor do LCLS, Mike Dunne, num comunicado, citado pela Live Science.
Esta atualização, com conclusão prevista para 2030, terá um custo de 716 milhões de dólares, o equivalente a 654 milhões de euros.