Porto: Já não há hora de ponta ou já só há hora de ponta?

Metro do Porto

Foi uma semana especialmente difícil para quem se se quis locomover no Porto. Nos transportes, houve quem não conseguisse carregar o passe; nas estradas, a confusão habitual foi agravada pela “crise dos Andantes”. No entanto, o cenário de caos não é totalmente novo para os portuenses.

Seja na estrada, nos transportes públicos ou até nos passeios, andar no Porto tornou-se caótico. E não foi só devido à “crise dos Andantes”. Este é um problema que já vem de trás.

As obras no centro da cidade – nomeadamente do Metro e do Metrobus – agravaram, recentemente, o cenário na cidade.

A linha rosa do Metro do Porto, que começou a ser construída em 2021 tinha – como lembra a SIC Notícias – término previsto para dezembro de 2023. Mas, afinal, as obras deverão terminar apenas em julho de 2025.

São quase dois anos de atraso que provocam danos acrescidos não só aos comerciantes e moradores das áreas próximas, mas também a quem anda diariamente no Porto, com impacto nos restantes acessos e serviços da cidade.

Reina hoje, na Invicta, uma impressão de que já não há hora de ponta, porque todas as horas o podem ser. Esta sensação é expressa numa reportagem, publicada este sábado no Jornal de Notícias (JN).

A peça do JN junta testemunhos de pessoas que se queixam da confusão dos transportes, mas continua a usá-los, porque, ainda assim, são a melhor opção.

Na estrada, as ruas estão entupidas. Esta semana, a desculpa podia ser direcionada para as dificuldades vividas nos transportes públicos. No entanto, essa seria uma visão muito redutora de um problema que já vem de trás.

Esta sexta-feira, em entrevista à Rádio Renascença (RR), o especialista em transportes Álvaro Costa defendeu que o trânsito da VCI (Via de Cintura Interna) é consequência da falta de gestão da rede de trânsito do Porto.

O professor da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) defende que a gestão do trânsito está a ser feita ao contrário do que se deveria fazer.

No caso da VCI, o especialista aponto como uma das principais causas do problema as portagens na CREP e na A4, que não permitem desviar o “trânsito inútil” da VCI: “A lógica do sistema terá de ser feita diminuindo o valor das portagens na CREP e na A4 e, se houver uma questão de receita, taxar as radiais (…) O que neste momento está a ser feito é precisamente o contrário”.

Miguel Esteves, ZAP //

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