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Pepitas de asteroide são o segredo de uma dieta (literalmente) de outro mundo

SETI Institute

Fragmento de asteróide

Os futuros astronautas poderão ter uma dieta nutricionalmente perfeita, feita a partir de bactérias criadas em asteróides.

Um novo estudo, publicado esta quinta-feira no International Journal of Astrobiology, sugere que os astronautas do futuro poderão ter de uma dieta nutricionalmente rica e equilibrada, à base de asteróides.

Atualmente, a maioria dos alimentos consumidos no espaço é transportada da Terra – o que torna a logística complexa, principalmente, em missões mais longas e distantes.

Esta equipa de investigação está agora a explorar a possibilidade de utilizar bactérias para transformar compostos de carbono, encontrados em asteróides, em alimentos comestíveis.

Como esclarece a New Scientist, este processo ainda não foi feito com asteróides reais. Os investigadores apenas fizeram experiências “aproximadas”, com recurso a bactérias para decompor restos de plástico.

Este processo incluiu a pirólise do plástico – que é aquecido na ausência de oxigénio, seguido da introdução de uma mistura de bactérias que se alimentam de carbono.

O líder da investigação, Joshua Pearce da Western University, no Canadá, disse à New Scientist antevê bons resultados positivos: “Quando olhamos para os produtos de decomposição da pirólise que sabemos que as bactérias podem comer, e depois para o que existe nos asteróides, a correspondência é bastante razoável. Por isso, penso que isto pode funcionar”.

Apesar de, visualmente, poder ter mau aspeto, as análises nutricionais indicam que as bactérias podem fornecer um equilíbrio quase perfeito de proteínas, hidratos de carbono e gorduras.

Joshua Pearce estima que um asteroide de 500 metros de largura poderia sustentar entre 600 e 17.000 astronautas por ano, dependendo da eficiência com que as bactérias convertam os compostos de carbono.

No entanto, o investigador alerta que a implementação prática desta ideia requereria uma “super máquina de dimensão industrial no espaço” – algo que os investigadores esperam começar a testar em pequena escala, utilizando inicialmente carvão e posteriormente meteoritos que caíram na Terra.

Apesar do potencial desta ideia, Annemiek Waajen, da Universidade Livre de Amesterdão (Países Baixos), advertiu à New Scientist que a ideia é altamente futurista e especulativa, necessitando de desenvolvimento técnico significativo: “É bom pensar nestas coisas, mas em termos de técnica, ainda é necessário algum desenvolvimento para poder utilizar estes métodos”.

Além disso, o sucesso do processo dependerá de quantos compostos de carbono existentes nos asteróides são adequados para a alimentação das bactérias.

ZAP //

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