Novo submarino nuclear da China afundou-se

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Imagem de satélite do estaleiro Wuchang em Wuhan, China, a 13 de junho.

Imagens de satélite mostram que o novo submarino nuclear chinês, o primeiro da classe Zhou, se afundou enquanto estava a ser construído. A China não reconhece o afundamento, mas os Estados Unidos não ficaram surpreendidos.

O mais recente submarino de ataque com propulsão nuclear da China afundou-se durante a primavera.

O episódio, que as autoridades chinesas se esforçaram por encobrir e que não foi divulgado anteriormente, ocorreu num estaleiro perto de Wuhan no final de maio ou início de junho.

Os chineses estavam a construir o seu sétimo submarino de ataque com propulsão nuclear, o primeiro da classe Zhou. No entanto, o submarino afundou-se, no que é considerado um grande revés para um dos programas de armas prioritários do país, disseram responsáveis dos EUA citados no The Wall Street Journal.

A China não reconhece que o navio se afundou — algo que não surpreende um funcionário da Defesa dos EUA. Mas imagens de satélite mostram que o (que seria) o mais recente submarino nuclear chinês se afundou na doca enquanto estava a ser construído.

As imagens mostram os guindastes que seriam necessários para tirar o submarino do fundo do rio.

Segundo a Euronews, o incidente terá acontecido entre Maio e Junho deste ano. Antes, em março e maio, havia imagens de satélite do submarino atracado no mesmo local.

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Imagem de satélite do estaleiro Wuchang a 16 de maio.

Não se sabe como ficou o submarino depois do afundamento, nem se o submarino transportava combustível nuclear quando se afundou.

“O afundamento de um submarino nuclear novo, produzido num estaleiro novo, vai abrandar os planos da China de aumentar a sua frota de submarinos nucleares”, disse Brent Sadler, investigador sénior da Heritage Foundation, um grupo de reflexão de Washington, e oficial reformado de submarinos nucleares da Marinha dos EUA. “Isto é significativo”.

O submarino da classe Zhou que se afundou é o primeiro de uma nova classe de submarinos de propulsão nuclear e apresenta uma popa caraterística em X, concebida para tornar o navio mais manobrável.

O submarino foi construído pela China State Shipbuilding Corp, uma empresa estatal, e foi observado ao lado de um cais no rio Yangtze no final de maio, quando estava a ser equipado antes de ir para o mar.

A China está a diversificar a produção de submarinos movidos a energia nuclear. A produção tem estado centrada na cidade de Huludao, no nordeste do país, mas a China está agora a avançar para o fabrico de submarinos de ataque com propulsão nuclear no estaleiro de Wuchang, perto de Wuhan.

Pequim tinha 48 submarinos de ataque movidos a gasóleo e seis submarinos de ataque movidos a energia nuclear no final de 2022, de acordo com um relatório do Pentágono publicado no ano passado sobre o poder militar da China.

O Pentágono considera a China como o seu principal “desafio a longo prazo” e os responsáveis norte-americanos afirmam que Pequim tem vindo a utilizar pressões políticas e militares para tentar coagir Taiwan, uma ilha governada separadamente que Pequim reclama como parte do seu território.

Nos últimos anos a China tem feito um esforço assinalável para reforçar a sua presença naval e desafiar o domínio dos EUA nos mares.

Em 2020, a China superou os Estados Unidos no número de navios de guerra, com 350 navios em comparação com os 296 dos EUA. Até 2035, prevê-se que a China tenha até 475 navios.

Depois de nos últimos quatro anos ter aumentado orçamento de defesa de 172,2 para 230 milhares de milhões de dólares, o governo de Pequim lançou recentemente um colossal plano de modernização da sua marinha com uma dotação de 1,4 biliões de dólares.

O ambicioso plano da marinha chinesa, que deverá estar concluído até 2028, inclui o desenvolvimento de submarinos nucleares, contra-torpedeiros avançados e os futuros porta-aviões nucleares classe 004.

Recentemente, a China lançou ao mar o Fujian, o porta-aviões avançado classe 003, que representa um salto nas capacidades tecnológicas da marinha chinesa, incluindo catapultas eletromagnéticas e lançadores de caças-bombardeiros de última geração — com o qual se propõe rivalizar com a frota dos EUA.

Relatórios de inteligência dos EUA e da Austrália sugerem que a China pretende ter em atividade seis porta-aviões até 2040, comparáveis em tamanho e capacidade aos porta-aviões da classe Ford da Marinha dos EUA.

A marinha dos EUA tem atualmente comissionados 20 porta-aviões e porta-helicópteros, dos quais 11 porta-aviões nucleares: o USS Gerald R. Ford, o mais avançado do mundo, e dez porta-aviões classe Nimitz.

Estas fortalezas flutuantes garantem para já a supremacia da US Navy nos mares, mas a distância está a encurtar.

ZAP //

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3 Comments

    • Incluindo se forem dos EUA…
      …. ou dão-lhe os parabéns, porque… se um submarino não for capaz de afundar, não serve para nada!
      eheheh

  1. Mais uma vez os EUA a meter achas para a fogueira… nem sabem quando e se afundou (entre final de Maio e inicio de Junho dizem eles)… E como sabem se o mesmo não foi concluído nesse período e já iniciou a sua viagem inaugural? “(…) foi observado ao lado de um cais no rio Yangtze no final de maio, quando estava a ser equipado antes de ir para o mar.” Isto quer dizer que o submarino já estava praticamente concluído.

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