Eis o Fujian, o porta-aviões avançado da China para rivalizar com a frota dos EUA

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A China divulgou as primeiras imagens oficiais do Fujian, o seu novo porta-aviões avançado. Totalmente construído no país, é considerado um avanço significativo na tecnologia naval chinesa.

A marinha chinesa acaba de lançar ao mar para testes finais o seu novo porta-aviões classe 003, Fujian, que será o mais avançado do mundo, se excluirmos os porta-aviões dos Estados Unidos.

Batizado em homenagem a uma província no sudeste da China, o Fujian representa um salto nas capacidades tecnológicas da marinha chinesa, incluindo catapultas eletromagnéticas e a capacidade de lançar caças-bombardeiros de última geração.

A nova “estrela da morte” da Armada chinesa é o primeiro porta-aviões totalmente projetado por engenheiros chineses — ao contrário dos seus dois antecessores, que se baseavam em design russo.

O objetivo de Pequim, diz o War Zone, é claro: disputar a supremacia da marinha norte-americana e equilibrar as suas forças navais com a numerosa frota dos EUA.

A característica mais notável do Fujian é o seu sistema EMALS (Electromagnetic Aircraft Launch System), uma evolução em relação às tradicionais catapultas a vapor, que oferece maior eficiência, alcance e capacidade de carga. É o único porta-aviões não americano equipado com EMALS.

Um sistema CATOBAR (Catapult Assisted Take-Off But Arrested Recovery) permite que as aeronaves decolem com maior carga e alcance. As imagens do convés de voo mostram três catapultas — duas na pista dianteira e uma na transversal.

Segundo o South China Morning Post, o Fujian deverá ser capaz de operar uma variedade de aeronaves de última geração, incluindo o caça-bombardeiro J-15T, uma versão adaptada para catapultas do J-15 (semelhante ao F-18 americano), o furtivo Shenyang J-35 e o avião de alerta e controle aerotransportado KJ-600.

Atualmente ainda em fase final de desenvolvimento, o Fujian deverá estar operacional até 2025 – altura em que a Marinha do Exército Popular de Libertação da China entrará para o restrito grupo de países com forças navais de elite, ao lado dos Estados Unidos e da França.

Crescimento naval sem precedentes

Com o Fujian, a frota da marinha chinesa tem atualmente três porta-aviões, atrás apenas dos Estados Unidos (20), Japão e França (4 cada).

O primeiro porta-aviões chinês, Liaoning (classe 001), é um navio inacabado classe Kiev da era soviética que foi comprado à Ucrânia em 1998. Foi atualizado e comissionado em 2012, tendo servido como base para o desenvolvimento tecnológico da frota de porta-aviões de Pequim.

Em 2013, a China começou a construir o Shandong (classe 002), o seu segundo porta-aviões, uma variante da classe Kuznetsov da marinha russa. Concluído em 2017, foi comissionado em 2019.

Depois do Fujiam, a marinha chinesa planeia agora construir o que será o seu primeiro porta-aviões nuclear, tendo para o efeito aumentado em 50% a capacidade das instalações dos estaleiros de Jiangnan, onde irá ser construído. Assim, dentro de alguns anos assistiremos ao lançamento do futuro Jiangnan (classe 004).

Mas os esforços da China para reforçar a sua presença naval e desafiar o domínio dos EUA nos mares vão além do desenvolvimento de porta-aviões avançados como o Fujian.

Em 2020, a China superou os Estados Unidos no número de navios de guerra, com 350 navios em comparação com os 296 dos EUA. Até 2035, prevê-se que a China tenha até 475 navios.

Depois de nos últimos quatro anos ter aumentado orçamento de defesa de 172,2 para 230 milhares de milhões de dólares, o governo de Pequim lançou recentemente um colossal plano de modernização da sua marinha com uma dotação de 1,4 biliões de dólares.

O ambicioso plano da marinha chinesa, que deverá estar concluído até 2028, inclui o desenvolvimento de submarinos nucleares, contra-torpedeiros avançados e os futuros porta-aviões nucleares classe 004.

Relatórios de inteligência dos EUA e da Austrália sugerem que a China pretende ter em atividade seis porta-aviões até 2040, comparáveis em tamanho e capacidade aos porta-aviões da classe Ford da Marinha dos EUA.

A marinha dos EUA tem atualmente comissionados 20 porta-aviões e porta-helicópteros, dos quais 11 porta-aviões nucleares: o USS Gerald R. Ford, o mais avançado do mundo, e dez porta-aviões classe Nimitz.

Estas fortalezas flutuantes garantem para já a supremacia da US Navy nos mares, mas a distância está a encurtar.

ZAP //

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