Estamos mais perto de conseguir salvar os pandas gigantes

Uma equipa de biólogos reprogramou células da pele de pandas gigantes em células estaminais pluripotentes induzidas (iPSC), abrindo caminho à criação de células germinativas primordiais.

Estas células podem ser utilizadas para cultivar diferentes tipos de células, incluindo as que podem amadurecer em órgãos e óvulos.

Atualmente existem cerca de 2000 espécies de pandas gigantes (Ailuropoda melanoleuca) na natureza e, tal como muitas outras espécies ameaçadas, enfrentam ameaças à sua sobrevivência através de atividades humanas.

Num novo estudo, publicado na semana passada na Science Advances, os cientistas criaram pela primeira vez um tipo de células estaminais auto-renováveis ​​de pandas gigantes, um passo importante para a conservação e preservação dos animais.

Segundo o South China Morning Post, para testar as iPSCs do panda gigante, a equipa observou a formação de embrióides, uma coleção de células estaminais pluripotentes que recapitulam alguns aspetos da embriogénese inicial.

Durante esta fase de desenvolvimento, observaram um aumento dos marcadores ectodérmicos, enquanto as fases posteriores mostraram um aumento dos marcadores mesodérmicos e endodérmicos.

Quando injetaram iPSCs de panda gigante em ratinhos, as células formaram uma massa que exibiu as três camadas germinativas com elementos de tecidos neurais, musculares e epiteliais.

“Apesar destes esforços, a capacidade proliferativa limitada e a fraca capacidade de diferenciação destas células dificultam a sua aplicação na investigação sobre pandas gigantes”, explicam os investigadores.

“As células estaminais pluripotentes induzidas oferecem uma fonte inesgotável e auto-renovável de material de espécies ameaçadas, capaz de regenerar vários tipos de células, conforme necessário”, acrescentam.

Este estudo fornece informações importantes sobre iPSCs de espécies raras, oferecendo materiais para a investigação das características dos pandas e estabelecendo as bases para a geração in vitro de gâmetas de panda gigante, auxiliando potencialmente na conservação de espécies ameaçadas.

Assim, se os cientistas conseguirem gerar espermatozoides e óvulos de uma forma não invasiva, como transformar células da pele em células estaminais e depois em células germinativas, e utilizá-las para criar novos pandas, podem conseguir acrescentar diversidade genética a outros animais.

Soraia Ferreira, ZAP //

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