Sargento Gyö comanda tropa leonina

Miguel A. Lopes/Lusa

Sem espinhas! O leão voltou a devorar mais uma vítima e continua insaciável num arranque de temporada quase imaculado. Arranque histórico para o Sporting e melhor arranque leonino do século para o furacão sueco.

Não obstante a onda de lesões que tem assolado o plantel nas últimas semanas, a verdade é que a máquina de Rúben Amorim continua bem oleada e não vacila.

Na noite deste domingo, não deu hipóteses ao AVS, rubricou uma exibição de alto calibre e cimentou o triunfo na fiabilidade do capitão Hjulmand e na velocidade furiosa do tridente ofensiva: Trincão esteve sublime, Harder foi titular pela primeira vez e não poderia desejar um melhor guião e Gyökeres continua igual a ele próprio, um predador insaciável, a bater recordes e ratings e que guia a tropa de Elite verde e branca.

“Harder, Better, Faster, Stronger”!

É o título de uma música dos Daft Punk e resume na perfeição o actual momento do Sporting. Pela forma intensa, agressiva e constante como o emblema de Alvalade sufocou e encostou o AVS às “boxes”, seria uma questão de tempo até colocar-se na dianteira do marcador e foi isso que aconteceu ao minuto 15.

Titular pela primeira vez, Conrad Harder teve uma estreia de sonho e finalizou um lance bem ministrado pelos “leões”. Os campeões nacionais mantiveram a tracção ofensiva, continuaram a somar lances de perigo e voltaram a “picar” o ponto com um golo (mais um) do suspeito do costume Viktor Gyökeres. Da equipa de Vítor Campelos, nem sinais de vida em termos atacantes.

Ao intervalo, o técnico dos forasteiros ainda tentou dinamizar o xadrez com uma dupla substituição, mas os sportinguistas continuam insaciáveis e foram em busca de mais, enquanto o AVS pouco melhorou e continuou a tentar colar os cacos que as investidas de Gyökeres, Harder, Trincão e companhia iam deixando sempre que se acercavam dos últimos 30 metros.

Ochoa ia evitando males maiores até que Gyökeres finalizou a preceito e carimbou o 3-0 final. Com este resultado, a turma de Amorim volta a isolar-se na liderança da prova, soma sete triunfos consecutivos em todas as provas, mantém a dinâmica de marcar pelo menos dois ou mais desde que iniciou esta época, tem o melhor ataque da competição com 22 tentos, sofreu apenas dois golos – tal como o Vitória de Rui Borges –, não perde na Liga há 26 jornadas de rajada, marcando há 48 partidas seguidas, somou o 20.º triunfo na prova em Alvalade e igualou o melhor arranque em seis rondas do “Tugão” – feito da equipa orientada por Jorge Jesus em 2017/18… Já o AVS, que tinha marcado em todos os duelos que realizou neste ingresso à 1.ª divisão, somou o terceiro desaire fora de portas.

O Jogo em 5 Factos

1.⁠ ⁠Leão com fome

A equipa da casa foi demolidora na primeira parte, construiu 16 remates (cinco enquadrados), teve 64% da posse de bola, chegou às 36 acções com a bola na área do adversário, seis cantos e registou 1,20 no que diz respeito aos golos esperados (xG). Concluiu o duelo com 23 remates e 53 acções com a bola na área adversária (recorde no campeonato).

2.⁠ ⁠Visitantes sem estofo

O AVS pouco fez em termos atacantes, limitou-se a defender e terminou o duelo com apenas quatro remates (todos desenquadrados), cinco acções com a bola na área sportinguista e sete cruzamentos sem eficácia. Muito pobre…

3.⁠ ⁠Centros em barda

O Sporting usou e abusou dos cruzamentos. Totalizou 22 (recorde na competição), mas apenas foi eficaz em três ocasiões.

4.⁠ ⁠Vertigem leonina

A vertigem que a presença em simultâneo de Harder e de Gyökeres dão à equipa acaba por aguçar que se accionam os passes progressivos. Na partida desta noite, foram 59 os passes realizados, 13 dos super progressivos e 14 as conduções progressivas.

5.⁠ ⁠Passes de risco

Os de Alvalade obtiveram uma eficácia de 91% no capítulo do passe, sendo que falharam 56 em 630 realizados, 12 dos quais de risco. Do lado contrário, o AVS dispões de 281 passes, falhou 55 (eficácia de 84%) – 16 de risco.

Melhor em campo

O senhor nota 10.0. O sueco continua intratável e voltou a fazer mais uma vítima. Em seis jornadas é o rei dos goleadores da prova com dez golos.

O camisola 9 Viktor Gyokeres “rebentou” a nossa escala fruto de seis remates (máximo no duelo), quatro dos quais enquadrados, dois golos, 27 passes progressivos recebidos (recorde até agora na prova), atingiu as 16 acções com a bola na área contrária (outro máximo na partida), venceu dez dos 18 duelos em que interveio, foi eficaz em metade dos oito dribles em que participou, conduziu quatro conduções progressivas, três super progressivas, sofreu duas faltas, conquistou um amarelo, acumulou 14 perdas de posse e atingiu os 233 metros de progressão através de conduções de bola. Por tudo isto, que não foi pouco, foi o MVP do encontro com um rating de 10.0 – o melhor até ao momento na Liga.

Resumo

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