As abelhas cometem os mesmos erros de memória que os humanos

Uma equipa de cientistas descobriu que as abelhas selvagens cometem os mesmos erros de memória que os humanos.

Segundo o Phys.org, as experiências envolveram 50 abelhas e foram realizadas em junho e julho de 2022. Os objetos foram apresentados às abelhas alojadas em tubos de plástico transparentes e todas foram libertadas de volta para a natureza.

Num novo estudo, publicado esta segunda-feira no Philosophical Transactions of the Royal Society B, os investigadores recorreram a uma variedade de estímulos e verificaram que os abelhões se lembram mal, um componente-chave do sistema de memória episódica que muitos acreditam ser exclusivamente humano.

Seguidamente, foram presenteados com objetos coloridos embebidos em sacarose, como uma tira de papel cor de laranja ou um pau de papel amarelo e arredondado.

Após um tempo, as abelhas foram presenteadas com quatro objetos — um apresentado anteriormente; um composto por duas características dos objetos apresentados; um com apenas uma das características e um objeto completamente novo.

Numa série de ensaios aleatórios, os abelhões foram muitas vezes até ao objeto original para procurar a sacarose, mas também cometeram erros ao selecionar um estímulo semelhante de forma ou cor diferente.

“Os processos de recombinação que são críticos para a recuperação da memória tornam a memória propensa a erros que surgem da combinação errada de elementos de episódios armazenados”, diz a autora principal do estudo, Gema Martin-Ordas.

“Neste contexto, os erros são formas usuais de distorções de memória, e os resultados aqui apresentados mostram evidências de abelhas a cometerem erros de conjunção de memória espontaneamente”, acrescenta a investigadora.

“Se os erros de conjunção cometidos pelas abelhas resultam de facto da fusão errada de elementos dos itens a recordar, então seríamos tentados a concluir que as memórias das abelhas são também construtivas“, conclui.

Estas descobertas sugerem a presença de processos construtivos nas memórias das abelhas, apesar de serem necessárias mais investigações.

Soraia Ferreira, ZAP //

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