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Telemóveis proibidos nas escolas: “Temos de jogar ao jogo do galo com paus e pedras”

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Governo português recomenda proibição de telemóveis nas escolas até ao 6.º ano. Na Catalunha isso já começou – e os alunos reagem.

O Governo quer acabar com os telemóveis nas escolas, ou diminuir o seu uso. Pelo menos, até ao 6.º ano.

Nesta quarta-feira o ministro da Educação, Fernando Alexandre, anunciou uma recomendação às direcções das escolas dos 1.º e 2.º ciclo: proibir o telemóvel dentro da escola. Não é uma obrigação, é uma recomendação, para ser avaliada daqui a um ano.

Entre os 7.º e 9.º anos, a recomendação é de restrição e desincentivo – com a escola a ter autonomia para as suas decisões.

Já no ensino secundário, não há proibições ou restrições do Governo, mas convém haver uma “estratégia” na escola – até envolvendo os alunos na definição das regras.

O ano lectivo arranca precisamente hoje, dia 12 de Setembro.

Como está a ser aqui ao lado

A Catalunha já está nesse regime: telemóveis proibidos nos estabelecimentos escolares daquela região espanhola.

A lei foi aprovada pela Generalitat em Janeiro deste ano e começa agora a ser aplicada, com o início do novo ano lectivo.

Cada direcção de escola tem margem para muitas decisões, mas nas creches e nas escolas primárias a proibição é total; nas escolas secundárias, os telemóveis têm de ser desligados e guardados.

Nos institutos, não há telemóvel nem nos corredores, cantina ou pátios.

Para quem começa a usar telemóvel ou tablet aos 4 anos, é complicado: “Temos de voltar ao passado e jogar ao jogo do galo com paus e pedras”, resume o adolescente Munneb, citado no El País.

Os colegas de turma do instituto, habituados a estarem colados ao telemóvel nos intervalos, agora estão num recreio sem o ecrã. “Estamos aborrecidos”.

Mas outros estudantes, como Ivan ou Samir, vêm vantagens: agora convencem os amigos a jogar futebol. “E não é por estares meia hora sem o telemóvel que vais morrer”, comentou Samir.

A proibição total de telemóveis já tinha sido aplicada há anos numa escola secundária, a Ferreria. Mas a medida foi revertida: agora pode ser utilizado durante os intervalos – mas sem fotografias, chamadas por vídeo ou música às alturas.

“Vimos que os alunos ficavam angustiados e pegavam no telemóvel durante a aula para ver se tinham alguma mensagem”, explica a directora Aurora González.

Mas esta escola foi mais além: o plano de dinamização do recreio apostou em jogos de mesa, xadrez e outras actividades alternativas.

Porque “tirar o telemóvel não adianta nada se não dás uma alternativa”, continuou a directora.

Lá, tal como cá, os pais preferem recomendações, não obrigações. Educar, não proibir.

ZAP //

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5 Comments

  1. proibir o telemóvel ligado nas aulas estou de acordo, mas fora isso não, até porque sei que há pais que através do telemóvel controlam os seus filhos, de modo a saberem se eles estão na escola ou se são “desviados”.

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