Investigadores da Universidade da Florida, nos Estados Unidos, estão neste momento a investigar se uma versão sintética de oxitocina, também conhecida como “hormona do amor”, pode ser usada, em paralelo com fármacos, para aliviar a dor e ajudar a conter o vício em opióides.
A investigação surge num momento em que os Estados Unidos enfrentam uma séria evolução na crise de opióides. O objetivo dos investigadores é que os médicos possam prescrever uma combinação de medicação e oxitocina para o controlo da dor aguda.
De acordo com o comunicado, citado pelo EurekAlert, a equipa está a investigar se a “hormona do amor”, que produz sentimentos positivos no corpo, pode ser usada como um redutor da dor e, em simultâneo, diminuir o desejo de consumo de opióides a longo prazo.
A investigação irá avaliar cerca de 30 participantes, com idades compreendidas entre os 55 e os 85 anos e com histórico de toma de opióides, que serão divididos em dois grupos: o primeiro irá oxitocina sintética através de um spray nasal e o segundo vai funcionar como grupo de controlo, recebendo um placebo após a administração de oxicodona oral.
A equipa norte-americana irá avaliar as respostas cardiovasculares, respiratórias, cognitivas e afetivas dos indivíduos e recolher medidas de dor, através da indução de uma forte dor mecânica nas coxas dos participantes e dor térmica nas mãos.
Além de serem analisadas as mudanças de humor e os resultados cognitivos, os cientistas vão também examinar os efeitos dos medicamentos e do placebo na resposta à dor e avaliar o potencial de diminuição do vício em opióides para entender os efeitos das combinações.
Em 2021, aproximadamente 60 milhões de pessoas usaram opióides e 39,5 milhões desenvolveram um transtorno por uso de drogas, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Estes dados mostram que o desenvolvimento de opções não viciantes para o controlo da dor é necessário para conter a potencial evolução do flagelo.