Os organismos vivos utilizam pequenas quantidades de metais para realizar as suas funções biológicas, tal como a respiração, a transcrição do ADN, a transformação de alimentos em energia ou qualquer outro processo essencial à vida.
Segundo o Phys.org, os metais estão presentes desde que os organismos unicelulares flutuavam nos primeiros oceanos da Terra.
Num novo estudo, publicado esta segunda-feira no Proceedings of the National Academy of Sciences, os investigadores acreditam que o ferro foi o primeiro e único metal de transição da vida.
“Argumentamos que a vida só dependia de materiais com os quais pudesse interagir e que o oceano primitivo, rico em ferro, tornaria outros metais de transição essencialmente invisíveis”, diz a primeira autora do estudo Jena Johnson, em comunicado.
Os cientistas criaram um modelo que atualizou as previsões das concentrações de certos metais, incluindo ferro, manganês, cobalto, níquel, cobre e zinco, que poderiam estar disponíveis nos oceanos da Terra quando a vida surgiu.
“O que mudou drasticamente com a ocorrência do Grande Evento de Oxigenação não foi propriamente a concentração destes outros oligoelementos, o que mudou foi a diminuição de ferro dissolvido”, explica o coautor do estudo, Theodore Present.
O Grande Evento de Oxigenação deu-se em dois grandes momentos, um no período Paleoproterozóico e outro no período Neoproterozóico.
Seguidamente, conseguiram estimar a disponibilidade e a concentração máxima destes elementos para os primórdios da vida. Além disso, exploraram quais os metais disponíveis nos oceanos primitivos e quais os metais a que as biomoléculas simples se ligariam nestas soluções ricas em ferro.
Para determinar se o ferro funcionaria em metaloenzimas que atualmente dependem de outros metais, os cientistas investigaram a forma como a vida utiliza determinados metais.
Em cada caso, encontraram exemplos de como o ferro ou o magnésio podem ser substituídos e que o zinco não é o único metal que a enzima pode utilizar.
Através do estudo, é possível concluir que a queda da abundância de ferro forçou a vida a gerar estes metais para sobreviver, mas isso também permitiu novas funções e a diversidade da vida atual.