O número de preservativos distribuídos gratuitamente em Portugal caiu para menos de metade no ano passado, uma situação que se encontra a ser corrigida este ano, segundo dados de um relatório da Direção-geral da Saúde (DGS).
O documento “Infeção VIH/Sida em números 2013”, da Direção-Geral da Saúde (DGS) mostra uma acentuada diminuição dos preservativos distribuídos de forma gratuita entre 2011 e 2012.
Em 2011 foram distribuídos cerca de 5,4 milhões de preservativos masculinos, enquanto no ano passado esse número caiu para 2,4 milhões.
Também nos preservativos femininos (um valor mais residual) se fez sentir esta quebra, passando de 344 mil unidades para 53 mil em 2012.
Mas o próprio documento refere que este decréscimo é “uma situação pontual”, devido a uma transição de serviços da administração pública, e que se encontra já a ser corrigida este ano.
Num comentário a esta redução, Leal da Costa, secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde considerou que os programas de distribuição de preservativos não foram dando os resultados que se desejaria, adiantando que se passou a ser mais seletivo nos locais onde se faz essa distribuição.
Leal da Costa lembrou ainda que nos anos em que foram distribuídos mais preservativos não se assistiu a uma diminuição do peso do parâmetro da transmissão do VIH por via das relações sexuais.
“Temos a sensação de que não chega distribuir preservativos. É necessário incentivar ao seu uso”, disse Leal da Costa aos jornalistas, durante a apresentação do documento da DGS.
O relatório aponta precisamente para uma necessidade de reforçar a estratégia de promoção do uso do preservativo e adaptá-la a novos contextos.
Baseado no estudo “Atitudes e Comportamentos da População Portuguesa face ao VIH”, dirigido a pessoas entre os 15 e os 64 anos, o relatório mostra que a percentagem de portugueses que dizem usar preservativo em relações sexuais ocasionais diminuiu nos últimos anos.
O estudo indica que 8,7% dos inquiridos diziam, no ano passado, nunca usar preservativo nas relações ocasionais, como durante as férias, percentagem que duplicou em relação a 2010.
Já os inquiridos que afirmavam usar sempre o preservativo no sexo ocasional diminuiu, passando de 84,4% em 2010 para 71,4% em 2012.
Juntando os que afirmam nunca usar preservativo aos que indicam a ele recorrer apenas às vezes, percebe-se que quase um em cada três inquiridos nem sempre recorre a esta proteção para as doenças sexualmente transmissíveis.
Alargando o panorama além das relações ocasionais, o inquérito mostra que são 42,9% os inquiridos que nunca usam preservativo e menos de 20% afirma usá-lo sempre.
/Lusa