Uma equipa de astrónomos detetou um grande número de estranhas galáxias em forma de banana — que provavelmente são filamentos de matéria negra.
O elevado número de galáxias distantes em forma de banana detetadas pelo Telescópio Espacial James Webb (JWST) pode estar a traçar uma vasta rede de matéria escura desde os primeiros momentos do Universo.
Segundo a New Scientist, o ano passado, os investigadores começaram a detetar com o JWST mais galáxias alongadas, a que denominaram “galáxias banana“, no início do Universo, há cerca de 8 a 13 mil milhões de anos.
Num novo estudo, publicado o mês passado no arXiv, os autores calcularam que a lente gravitacional não produziria um efeito suficiente para alongar tanto estas galáxias, o que reforça a ideia de que não se trata de galáxias de disco vistas de um ângulo diferente.
Além disso, também analisaram se as galáxias estavam a apontar em direções aleatórias ou se estavam alinhadas em qualquer tipo de padrão. Para o fazer, tiraram diferentes fotografias do JWST da mesma zona do céu e mediram a orientação média de todas elas.
Se as galáxias estivessem orientadas ao acaso, a orientação média delas deveria ser zero, em vez disso, descobriram que as galáxias estavam estatisticamente alinhadas.
Este acontecimento pode dever-se ao facto de alguma matéria escura desconhecida se encontrar entre a Terra e as galáxias e as estar a alinhar.
Outra explicação poderia ser devido a estas galáxias se estarem a formar ao longo de filamentos de matéria escura no Universo primitivo, revelando a sua complexa estrutura.
“Estas galáxias alongadas podem ser como pequenas lâmpadas e estão a traçar os filamentos. No entanto, teremos de calcular distâncias mais exatas para estas galáxias antes de podermos distinguir entre estes dois cenários”, explica o primeiro autor do estudo, Viraj Pandya.
Num outro estudo, os autores descobriram que a matéria escura fria só produziu galáxias alongadas em épocas muito anteriores da história do Universo do que as identificadas no estudo agora lançado.
As simulações de galáxias feitas pelos investigadores produzem imagens semelhantes às que os físicos observam — mas, em contrapartida, a simulação só é feita até relativamente cedo na história do Universo.