Uma equipa de cientistas utilizou a série Game of Thrones para compreender a forma como o cérebro nos permite conhecer rostos.
A descoberta fornece novos conhecimentos sobre a cegueira facial, uma doença que prejudica o reconhecimento facial, incluindo da família, amigos e colegas de trabalho.
Num novo estudo, publicado esta terça-feira na Cerebral Cortex, os investigadores analisaram o cérebro de mais de 70 participantes enquanto estes viam imagens desta série de televisão norte-americana.
Metade dos participantes estava familiarizada com as personagens principais da série e a outra metade nunca tinha visto o programa.
Segundo o Study Finds, quando as personagens principais apareciam no ecrã, os exames mostravam que, nos participantes neurotípicos que estavam familiarizados com as mesmas, a atividade cerebral aumentava em regiões do cérebro associadas a conhecimentos não visuais, tais como quem são e o que se sabe delas.
Além disso, as ligações entre o cérebro visual e estas regiões não visuais aumentaram nas pessoas que estavam habituadas a ver o programa. No entanto, esta atividade foi reduzida no grupo de participantes neurotípicos que nunca tinham visto a série.
Seguidamente, repetiram o estudo em pessoas com prosopagnosia. Tal como no grupo anterior, metade tinha visto a série e outra metade nunca tinha visto.
O efeito da familiaridade não foi encontrado nas mesmas regiões do cérebro encontradas nos participantes neurotípicos. As ligações entre as regiões visuais e não visuais também foram reduzidas na cegueira facial.
“Embora se a acreditasse que reconhecemos rostos aprendendo as suas propriedade visuais, o nosso estudo indica que isso implica ligar um rosto ao conhecimento sobre a pessoa, incluindo os seus traços de carácter, a linguagem corporal e sentimentos em relação a elas”, diz o autor principal do estudo, Tim Andrews.
Os investigadores optaram por mostrar aos participantes imagens de Game of Thrones devido ao seu apelo internacional e à multiplicidade de personagens principais bem desenvolvidas.
Por fim, os investigadores ainda têm de realizar mais investigações de modo a explorar a forma como a atividade em diferentes regiões do cérebro nos permite reconhecer rostos, bem como os fatores que podem perturbar esse processo.