Quando não dormimos, transformamo-nos em idiotas

Uma nova investigação revela algo absolutamente impensável… ter dificuldade em ter uma boa noite de sono pode tornar-nos lentos e… burros.

Um grupo de investigadores mexicanos chegaram a esta conclusão num estudo que publicaram na revista Experimental Brain Research.

Os cientistas examinaram a forma como a privação de sono reduz a capacidade de atenção e de reação rápida das pessoas, medindo a capacidade de 22 estudantes universitários para detetar alvos visuais durante um período de cinco dias de privação de sono crescente.

Segundo o Futurism, nos primeiros dois dias os estudantes dormiram normalmente, mas depois foram forçados, pelos investigadores, a não dormir durante 24 horas, sendo que depois fizeram-nos recuperar desse período de insónia durante dois dias.

Periodicamente, os cientistas administraram um teste chamado Rapid Serial Visual Presentation (RSVP), que consistia em fazer piscar dois alvos numéricos que apareciam em rápida sucessão num ecrã de computador. Misturadas com estes números estavam letras destinadas a distrair o observador.

O teste RSVP destina-se a medir a capacidade dos alunos para procurar o segundo alvo que aparece rapidamente, que a maioria das pessoas não consegue detetar porque os seres humanos têm dificuldade em detetar objetos ou eventos que aparecem rapidamente uns a seguir aos outros.

Esta é uma condição cognitiva chamada pestanejo atencional, que é um “fenómeno que reflete a dificuldade em detetar ou identificar o segundo de dois alvos sucessivos, que são apresentados em rápida sucessão, entre 200-500ms de intervalo“.

Durante o período de estudo, os investigadores mediram a capacidade de os estudantes em realizar o RSVP em relação ao fenómeno de pestanejo atencional. Basicamente, os cientistas mediram a forma como respondiam aos alvos visuais e o tempo que demoravam a detetá-los.

Depois de não dormirem durante 24 horas, a capacidade dos estudantes para detetar os alvos numéricos diminuiu substancialmente em termos de precisão, tendo também demorado mais tempo a detetar os alvos.

Normalmente, as pessoas têm um piscar de olhos atencional entre 200 e 500 ms, mas os estudantes universitários sonolentos tiveram dificuldade em detetar o alvo mesmo quando lhes foi dado um período de tempo mais longo, como 600 ms.

Basicamente, a falta de sono atrapalhou a precisão e a atenção dos alunos, tornando-os lentos a reagir. Contudo, a recuperação das 24 horas de insónia também lhes devolveu a atenção e o tempo de reação.

“A principal conclusão é que saltar uma noite de sono pode aumentar o risco de cometer erros”, disse Carlos Gallegos, autor principal do estudo e professor de psicologia da Universidade Auntónoma de Nuevo León.

“Enquanto que alguns erros são inofensivos, outros podem ser fatais. É importante sublinhar que, quando levamos capacidades como a atenção e a memória aos seus limites, há sempre uma hipótese de erro, mesmo durante o dia ou sem privação de sono”.

Isto é algo a ter em conta da próxima vez pensar em deixar de dormir, se tiver uma tarefa no dia seguinte que tenha pouca margem para erros — como conduzir um camião de longo curso, por exemplo.

Teresa Oliveira Campos, ZAP //

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