Um grupo de estrelas bebés está a orbitar em torno do buraco negro supermaciço no centro da Via Láctea.
Num novo estudo, publicado a semana passada no Astronomy & Astrophysics, os investigadores descobriram um grupo de jovens objetos estrelares (YSOs9), que orbitam o buraco negro supermaciço Sagitário A (Sgr A*), no centro da nossa galáxia.
Estas jovens estrelas, juntamente com as já conhecidas estrelas do tipo S, um tipo de estrela com valores semelhantes de carbono e oxigénio na sua atmosfera, apresentam um comportamento surpreendentemente ordenado.
Segundo o ZME Science, há cerca de 30 anos, os astrónomos identificaram um aglomerado de estrelas altamente dinâmicas, conhecidas como estrelas S, perto de Sagitário A. Estas estrelas orbitam o buraco negro supermassivo a velocidades surpreendentes, completando as suas órbitas em apenas alguns anos.
“As estrelas S eram surpreendentemente jovens”, diz o primeiro autor do estudo o Florian Peißker. “De acordo com as teorias convencionais, a presença adicional de um jardim de infância estelar composto por YSOs é completamente inesperada“.
Os recentes avanços tecnológicos e as observações a longo prazo fornecem novos conhecimentos sobre estes objetos estrelares. Em 2012, um objeto que se pensava ser uma nuvem de gás foi descoberto perto de Sagitário A.
“Curiosamente, estas YSOs exibem o mesmo comportamento que as estrelas S”, realça Peißker. “Isto significa que as YSOs circum-navegam o buraco negro supermaciço com velocidades de vários milhares de quilómetros por hora em poucos anos”.
A presença destas estrelas perto de Sagitário A é interessante pois a região em torno de um buraco negro supermaciço é bastante hostil, com forças gravitacionais intensas, radiação de alta energia e condições turbulentas que deveriam impedir a formação de estrelas.
Além disto, as teorias convencionais de formação estrelar sugerem que as estrelas jovens se formam em ambientes mais calmos e estáveis, como as nuvens moleculares.
A descoberta de estrelas jovens tão perto de Sgr A* desafia estas teorias, pois implica que a formação estelar pode ocorrer em condições extremas ou que estas estrelas migraram de uma região mais distante e segura.