“Era o ideal”, para o Presidente da República, um Governo longo do PSD/CDS-PP, que espera que a viagem à Suíça seja “a primeira de muitas” deslocações com o primeiro-ministro social-democrata.
O Presidente da República afirmou esta terça-feira que “para o interesse do país era o ideal” que o Governo tivesse um mandato longo, com Marcelo Rebelo de Sousa e Luís Montenegro a preverem muitas viagens juntos nos próximos anos.
Em breves declarações aos jornalistas, antes de entrarem num comboio com direção a Genebra para Berna e depois para Zurique, no âmbito das comemorações do 10 de junho, os chefes de Estado e de Governo consideraram que esta será “a primeira de muitas” deslocações conjuntas ao estrangeiro.
“A primeira de muitas, para o ano há também 10 de junho. O primeiro-ministro terá mais [viagens] porque tem a condução da política externa, já vai estar em julho na cimeira da NATO, na da comunidade política europeia, terá uma viagem bilateral a Angola”, enumerou Marcelo Rebelo de Sousa.
Questionado se, ao falar no 10 de Junho de 2025, prevê um Governo longo do PSD/CDS-PP, o Presidente respondeu: “Para o interesse do país isso era o ideal”.
Na mesma linha, o primeiro-ministro disse esperar estar não só nas comemorações do próximo dia de Portugal, mas em todas “durante quatro anos. E em todas as ocasiões em que o Governo e o primeiro-ministro devem estar representados, a legislatura só acaba em 2028”, frisou.
Questionado se Luís Montenegro é uma boa companhia, o chefe de Estado respondeu afirmativamente e deixou nota de um próximo encontro: “Vamo-nos encontrar no São João do Porto e recordámos que há dois anos também estivemos no São João”, disse.
“Excelente relação pessoal”
Em tom bem-disposto, Marcelo e Montenegro chegaram juntos à estação de comboios em Genebra e foram conversando enquanto esperavam pelo comboio.
Aos jornalistas, o primeiro-ministro salientou a “excelente relação institucional e pessoal” entre os dois.
“Naturalmente que colaboramos os dois para pugnar pela defesa dos interesses do país e da comunidade portuguesa”, afirmou.
Europeias “nada mudaram”
O primeiro-ministro defendeu no mesmo dia que, para a governação, “não mudou nada” em função dos resultados das eleições europeias, dizendo que o executivo vai continuar a “cumprir os seus compromissos intransigentemente”.
Questionado pelos jornalistas sobre o significado da derrota da AD para o PS e sobre a queda, para metade da votação, do Chega, Montenegro disse que não pretendia fazer interpretação de resultados.
“Para mim, para o Governo, para o que temos de fazer por Portugal, a sexta-feira antes das eleições é exatamente igual à segunda-feira seguinte às eleições. Nós temos um rumo, nós temos um programa, nós temos o dever de cumprir as nossas promessas e os nossos compromissos, e é isso que vamos fazer intransigentemente”, disse.
Para tal, continuou, “é preciso dialogar com os partidos políticos à direita e à esquerda”, salientando que, no parlamento, a AD “não discriminou” qualquer partido.
“O que não me podem exigir é resultados desse diálogo se essas forças políticas não querem convergir ou quando elas convergem umas com as outras”, disse, considerando que o resultado das europeias “não acrescentou nem tirou nada” quanto à necessidade de diálogo.
Questionado se as europeias não poderão ter retirado gás à extrema-direita em Portugal, Montenegro voltou a recusar fazer interpretações: “Do ponto de vista da governação, para mim não mudou nada no domingo”.
“O Governo tem legitimidade do voto popular e da investidura parlamentar”, defendeu.
ZAP // Lusa
«…O sistema político da Constituição de 1976 está gasto, transformou a Democracia, Esperança do 25 de Abril, num “ancien régime”. Transformou-A numa partidocracia subordinada a várias oligarquias, onde impera o poder do dinheiro e não o Primado da Pessoa Humana, nem a soberania do Povo. O Estado Social vem sendo descaradamente destruído e agravam-se as desigualdades sociais.
Os menos esclarecidos julgam que os centros de decisão mais importantes ainda estão nos Partidos, e não, como agora, nas sociedades secretas cujos interesses financeiros, protegidos por uma desregulação selvagem, dominam o Estado. Portugal, por culpa da passividade e da incompetência, foi transformado num protectorado de uma Europa sem coragem de se autoconstruir, afundada no Relativismo e rejeitando Princípios, Valores e Ideologias. Está assim comprometido o Interesse Nacional e o Bem Comum dos Portugueses.
Também a posse das máquinas informativas pelos poderes aqui denunciados, ajuda a convencer os Portugueses de que não há outro caminho de Regeneração, de Democracia e de Desenvolvimento Integral da Pátria, a não ser o deste percurso de “apagada e vil tristeza” por onde nos forçam os “velhos do Restelo” do século XXI português.
Os socialmente mais débeis são os mais covardemente atingidos e sofredores, porque assim o escolheram as oligarquias e as sociedades secretas.
A crise tinha de ser enfrentada, mas não desta maneira de genocídio social…» – Alberto João Jardim in «A Tomada da Bastilha»