Ganharam (quase) todos. Perderam (quase) todos

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// Carlos M. Almeida, André Kosters, Rodrigo Antunes / Lusa; Pixabay

O PS venceu as Europeias 2024, mas perdeu um eurodeputado. A AD perde, por pouco, mas cresce em percentagem. O Chega com resultado amargo, mas elege pela primeira vez representantes no PE. A IL sobe a votação e elege também. CDU e Bloco perdem, mas mantêm um mandato. PAN e Livre de fora. 

O Partido Socialista é o vencedor das Eleições Europeias 2024, com 32,1% dos votos, repetindo a vitória de 2019 e superando por pouco a votação AD (31,1%).

É uma vitória do PS nas Europeias, com mais 150 mil votos do que há cinco anos, com mais um eurodeputado do que a AD, e uma vitória face ao segundo lugar obtido há meses nas legislativas.

“O PS ganhou as eleições e é hoje a primeira força política em Portugal”, diz o seu líder, Pedro Nuno Santos.

Mas os socialistas não podem cantar apenas vitória: têm menor percentagem do que os 33,38% de há cinco anos (efeito da menor abstenção), e elegem 8 eurodeputados, menos 1 do que os 9 então conquistados.

A AD perde as eleições, com duas pequenas vitórias: sobe, com mais votos, dos 28,13% registados por PSD e CDS/PP em 2019, sobe dos 28,84% obtidos nas Legislativas, e mantém os seus 7 eurodeputados — 6 mandatos do PSD e 1 do CDS/PP, tal como os conquistados há cinco anos.

“Isto, num contexto em que à nossa direita duas formações políticas que há cinco anos eram inexpressivas, elegeram agora pelo menos 4 eurodeputados”, salienta Luís Montenegro.

“Hoje, não foi um bom dia para o Chega“, disse o seu cabeça de lista, Tânger de Corrêa. Com 9,8% dos votos e dois eurodeputados eleitos, é um resultado amargo — uma enorme derrota face aos 18,07% das Legislativas, face às expectativas, e face aos objetivos anunciados: “4 é razoável, 5 é bom, 6 seria extraordinário”.

Mas esta é “uma grande vitória do Chega”, diz Rita Matias: há 5 anos o partido de André Ventura nem estava (diretamente) nos boletins de voto, e agora elegeu dois eurodeputados. “Estamos pela primeira vez no Parlamento Europeu”, diz a deputada.

Tal como o Chega, a CDU nunca perde eleições. Os comunistas (4,1%) perdem um dos dois mandatos que tinham em 2019 e descem dos 6,88% de votos obtidos em 2019. Mas sobem dos 3,17% das Legislativas e têm uma grande vitória, diz o seu cabeça de lista, João Oliveira: “Conseguimos eleger um eurodeputado”.

O Bloco de Esquerda (4,3%) tem uma derrota óbvia nestas Europeias. Desce dos 9,82% de há cinco anos, perde um dos seus eurodeputados, desce da terceira para a quinta posição, desce dos 4,36% dos votos obtidos nas recentes Legislativas. Mas tem, tal como a CDU, uma grande vitória, diz Catarina Martins: “Mantivemos o eurodeputado que tínhamos”.

O ADN de Joana Amaral Dias obteve 1,4% dos votos nestas Europeias. É a oitava força política mais votada, à frente do PAN, com um pouco menos do que os 1,58% misteriosamente obtidos nas Legislativas.

Com 1,2% dos votos, o PAN é outro dos grandes derrotados das eleições deste domingo: perde o seu eurodeputado e desce dos 5,08% obtidos há cinco anos. Mas sobe dos 1,95% obtidos nas Legislativas; visto ao microscópio, talvez possa encontrar-se uma pequena vitória dos ambientalistas.

O Livre, com 3,8% dos votos, sobe dos 1,83% obtidos há cinco anos e sobe dos 3,16% obtidos nas Legislativas. Duas vitórias com sabor a derrota: o partido não consegue eleger nenhum eurodeputado, continua de fora do Parlamento Europeu.

Por fim, com 9,1%, a Iniciativa Liberal, que tem um resultado expressivo. Sobe dramaticamente dos 0,88% obtidos em 2019, sobe dos 4,94% das Legislativas, e entra pela primeira vez no Parlamento Europeu, com dois eurodeputados — tantos quantos o Chega. Possivelmente a vitória mais saborosa destas Europeias.

“Esta vitória é muito vossa”, diz o cabeça de lista, João Cotrim de Figueiredo, aos seus apoiantes.

Apenas um travo amargo na boca dos liberais: à saída das primeiras projeções, chegaram a sonhar com o terceiro lugar nestas eleições, à frente do Chega. Não aconteceu.

Armando Batista, ZAP //

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12 Comments

  1. Ganhou o PS!
    Parabéns Marta Temido!
    Parabéns Portugal!
    O que se segue, soará….
    (Podem não publicar.
    Cagari, cagaó}…
    diz a minha avó!)
    Viva a esquerda! Viva Portugal!
    .

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  2. A esquerda foi derrotada em toda a linha. Era maioritária e agora, com esta eleição, passou a ser minoritária.
    Esta senhora, Lucinda, veio comemorar o quê, uma derrota? O PS perdeu um deputado. No fundo, foi uma derrota.

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  3. Este comentário da Lucinda é completamente ridículo. Então, o teu querido partido perdeu um deputado na Europa, e tu estás a festejar o quê? Andavas desaparecida, e só retornaste por causa de uma notícia destas, sobre as eleições mais desnecessárias de todos os tempos… não são relevantes para o arcaboiço governativo atual.
    Deverias ter vergonha de pertencer a um partido tão oco como este. Fico com pena por ver que ainda há gente iludida com um partido destes, com a suposta importância destas eleições. Isto significa nada. Vocês não têm maioria na Europa, vejam bem isso. 🙂

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  4. Ganharam (quase) todos. Perderam (quase) todos. Este título do ZAP não me parece totalmente consentâneo com que aconteceu porque na realidade, a esquerda saiu totalmente derrotada. Ela que na anterior eleição tinha o dobro dos deputados da direita, passou agora a ser minoritária. Perdeu o PS, perdeu o BE, perdeu o PCP, perdeu o PAN. Á direita ninguém perdeu deputados, havendo dois partidos que até dobraram a representação do BE e PCP.

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  5. Pois, este título do ZAP é naturalmente risível.
    Quem perdeu, foi a esquerdalhada. Perderam metade dos deputados, e ainda estão com vaidades e arrogâncias? Acabou-se, o povo acordou, e já não se deixa representar por estes vigaristas subtilmente maquiavélicos.

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  6. Ana Maria, a direitalha é que é bom, deves gostar dos Bolsonaros, Trumps, Venturas, só gente boa e nada vaidosos e arrogantes, nem nada vigaristas.
    Cada cego…

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  7. Comentários como o teu, são, de facto, transparentes.
    Espero que entendas o que significa…
    E quem és tu para descrever as minhas preferências políticas por certos e determinados indivíduos (algumas delas, erróneas)? Cada um gosta do que gosta. Se não gostas de peixe, comes carne… por aí em diante. Contudo, deves analisar os factos: a vigarice predomina mais na esquerda. Ups, atingi-te? Não tinha intenções… 😉

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  8. Infelizmente existem vigaristas em todas os lados, basta veres os imaculados governantes do grande Anibal, desde os tipos que foram para o BPN, Oliveira e Costa, Dias Loureiro, ao Duarte Lima, ao caso dos submarinos do Portas em que foram condenados na Alemanha e Grécia por corromperem os Portugueses, por cá nada, mais recentemente temos alguém que representa o governo do Passos na negociação apressada e ruinosa da ANA, e que após a venda passa a presidente da empresa compradora.
    E temos uma procuradora que fez um golpe de estado.
    Tudo isto são vigarices de esquerda!!!
    Eu gosto de peixe e de carne, não gosto é de comida estragada!!!

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  9. Dizer que o PS ganhou é factualmente correcto, mas não se justifica o “cantar de galo” de PNS, pois a grande maioria dos eleitores não votou PS. Tem de se ter em conta que a abstenção foi muito maior agora do que nas legislativas, logo houve menos gente a votar no PS. Aliás, é fácil de concluir que a maior parte dos partidos perdeu votos…

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