Von der Leyen tentou ser amiga de Meloni. Essa amizade pode agora sair-lhe cara

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Julien Warnand / EPA

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen

Vários parceiros do centro-esquerda estão a afastar-se da Presidente da Comissão Europeia devido à sua proximidade da extrema-direita, mais especificamente da primeira-ministra italiana.

O esforço de um ano da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, para alinhar com a primeira-ministra italiana de direita, Giorgia Meloni, pode sair-lhe caro na corrida para a reeleição para um segundo mandato.

À medida que se aproximam as eleições europeias, os parceiros de coligação de centro-esquerda de von der Leyen ameaçam bloquear o seu segundo mandato se a presidente colaborar com Meloni, que consideram demasiado radical e alinhada com a extrema-direita.

Ao mesmo tempo, a líder da extrema-direita francesa, Marine Le Pen, está a procurar fazer uma aliança com Meloni para garantir um super-bloco no Parlamento Europeu, agravando a situação.

Leo Goretti, do Instituto de Assuntos Internacionais de Roma, observa que a tentativa de von der Leyen de fazer a ponte com a extrema-direita a expôs a críticas do centro-esquerda, o que pode comprometer a sua posição política. “Isso deu-lhe um perfil político que pode não ser atraente para os seus aliados. Como dizemos em Roma, quem entra no conclave como Papa sai como cardeal”, afirma ao Politico.

Von der Leyen tem investido muito tempo em Itália, trabalhando em parceria com Meloni em várias questões, incluindo migração e estratégias políticas em África. Esta relação, inicialmente uma medida estratégica para manter os potenciais adversários próximos, parece agora tensa. Esta tensão ameaça as hipóteses de von der Leyen assegurar um segundo mandato como chefe da Comissão Europeia.

A relação, embora politicamente motivada, tornou-se um risco. A coligação de socialistas e liberais de von der Leyen é cada vez mais crítica em relação à sua potencial cooperação com os Conservadores e Reformistas Europeus (ECR) de Meloni.

Os riscos também são muito maiores para von der Leyen do que para Meloni. “É uma questão de sobrevivência, enquanto para Meloni não é vital. Ela ainda será primeira-ministra depois”, considera Goretti.

A dinâmica política em Itália também reflecte esta tensão. Durante uma recente visita a Roma, até o Ministro dos Negócios Estrangeiros italiano, Antonio Tajani, membro do Partido Popular Europeu (PPE) de von der Leyen, evitou aparições públicas com a líder europeia, num sinal de discórdia interna. Entretanto, Meloni equilibra a manutenção da sua base sem atacar diretamente von der Leyen.

A relação de Meloni com Bruxelas continua a ser crucial para a Itália, dada a sua elevada dívida pública e o défice anual que excede os limites da UE. No entanto, durante a acesa campanha eleitoral para as europeias em Itália, Meloni está a ser criticada pelo seu parceiro de coligação Matteo Salvini, que é notoriamente mais eurocéptico e tem uma relação conturbada com Bruxelas.

À medida que a relação entre von der Leyen e Meloni é analisada por outras capitais europeias, surgem questões sobre a influência da primeira-ministra italiana na política da UE. Tradicionalmente liderada pela aliança franco-alemã, a atribuição de cargos de topo da UE pode agora assistir a uma maior influência dos países da periferia. A possível eleição de António Costa para o Conselho Europeu pode ser mais um passo nesta mudança.

Apesar do atual enfoque em Meloni, os verdadeiros mediadores de poder após as eleições podem emergir de outras regiões. O ressurgimento do Triângulo de Weimar, formado por Paris, Berlim e Varsóvia, juntamente com a crescente influência política da Europa de Leste na sequência do conflito na Ucrânia, sugere que a estratégia de Meloni poderá, em última análise, ter menos impacto do que o previsto.

Adriana Peixoto, ZAP //

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2 Comments

  1. Felizmente o Povo Português (votante) tem demonstrado um conhecimento da realidade bem superior ao que os “variados candidatos, das varias vertentes politicas, e arredores” nos têm apresentado!!! Ou seja, estão-se a borrifar para o espalhafato doentio televisivob constante… diário… entediante… enfim: os Votos cada vez mais provam e provarão esta “tese”!!!
    Eu sou apenas mais um de vós…

  2. Há uma grande diferença entre extrema direita e direita radical, a extrema-direita leva ao conflito e a implementação forçada de medidas por meio da força e dá origem a regimes ditatoriais. A direita radical que é disso que se trata, implica uma necessidade de uma mudança radical no atual regime, que é isso mesmo que neste momento é necessário. Chegamos a um ponto em que todos caminham para o mesmo lado, que é a razão de tantos problemas atuais e esta propaganda é apenas isso, é um faz de conta da senhora que recebeu cheques da Pfizer, para tomar decisões. É curioso, como aquele ilustre “desconhecido” Klaus Schwab, que escreveu o infame livro: “Grande reinicio”, no inicio da pandemia, sabia exatamente que o mundo se iria tornar um lugar perigoso, iria haver muita fúria e revolta. Ele mesmo que em entrevistas dadas há uns anos, dizia que Vladimir Putin, Zelensky, Trudeau, Macron, Angela Merkel, entre tantos outros, eram todos seus alunos pertencentes aos: “Novos Lideres Globais”. Portanto nada disto é por acaso e não são teorias da conspiração, está tudo à frente dos olhos, só ignora quem quer ou ainda acredita em histórias políticas.

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