O Atlântico Norte está (cada vez mais) exposto à invasão de icebergues

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Mark Garten / UN Photo

Icebergs em Ilulissat Icefjord, Gronelândia

Uma equipa de cientistas comparou a taxa de fusão dos icebergues durante os eventos Heinrich com as atuais projeções para o manto de gelo da Gronelândia.

Um novo estudo, publicado na revista Science, foi pioneiro na comparação das taxas de fusão dos icebergues durante o chamado fenómeno Heinrich com as atuais projeções para o manto de gelo na Gronelândia.

Segundo o Ciencia Plus, estes eventos são conhecidos como uma série de episódios que ocorreram durante a última era glaciar, quando ondas de icebergues se desprenderam de glaciares para surgir o Atlântico Norte.

Os cientistas compararam a velocidade dos icebergue que soltam do manto de gelo na Gronelândia com o fluxo de gelo durante os eventos Heinrich, e descobriram que, à medida que o manto de gelo da Gronelândia recua para o interior, é improvável que a rutura dos icebergues dure o tempo necessário para perturbar completamente a circulação atlântica.

Os cientistas chamam a estes episódios “eventos Heinrich” quando têm origem no manto de gelo Laurentide. “Atualmente, este manto já não existe, mas cobria o norte da América do Norte e tinha quilómetros de espessura na cidade de Nova Iorque”, explica primeiro autor do estudo Yuxin Zhou, em comunicado.

A comparação destes eventos de Heinrich com o atual degelo na Gronelândia poderiam alterar a circulação de revolvimento meridional do Atlântico (AMOC) no futuro.

Na década de 1980,  geólogo Hartmut Heinrich observou em núcleos do fundo do mar no Atlântico Norte que os icebergues trazem mais sedimentos para o mar do que a água ou o vento.

Para estimar a quantidade de gelo libertada por cada evento, Heinrich analisou a quantidade de tório-230 encontrada nestes sedimentos.Ao contrário do urânio, o tório não se dissolve bem na água, pelo que se precipita sob a forma de partículas na coluna de água.

Durante os eventos Heinrich, a AMOC já estava moderadamente reduzida antes da chegada de todos os icebergs.

“É possível que não tenhamos cometido erros suficientemente graves durante um grande período de tempo que afete realmente a AMOC”, conclui Zhou.

Soraia Ferreira, ZAP //

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