Continente tira meio salário a colaborador que ia levar um saco de plástico sem pagar

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Funcionário apanhado a sair com um saco do supermercado para transportar a farda para casa foi suspenso por 15 dias e perdeu metade do salário, equivalente a 367,50 euros. O funcionário, que trabalhou 23 anos na empresa, já tinha sido alvo de 5 processos disciplinares — um dos quais por tentativa de furto.

Por um eventual prejuízo de dois cêntimos (um saco de plástico custa 10 cêntimos, mas oito seguem para o Estado e outras entidades públicas), o Continente suspendeu por 15 dias um funcionário e retirou-lhe metade do seu salário (367,50 euros) após este ter sido visto a levar um saco de plástico do supermercado sem o pagar.

O trabalhador terá dito que precisava do saco para transportar a farda de trabalho para casa e recorreu, em 2021, da decisão no Tribunal de Sintra, pedindo uma indemnização de 3500 euros, mas o tribunal considerou a decisão do Continente “proporcional, adequada e necessária”.

Um recurso à Relação de Lisboa acabou por dar razão ao funcionário e o Continente foi forçado a pagar o que lhe tinha sido retirado. Mas o supermercado recorreu novamente.

O caso foi levado ao Supremo Tribunal da Justiça, que este mês deu razão ao funcionário, anulando a sanção disciplinar por a considerar “desproporcional“, uma vez que o salário do funcionário “por si só já era reduzido”, avança o JN esta quarta-feira.

Em nota enviada ao ZAP,  uma responsável de comunicação do Continente lamentou que a empresa “não tenha sido contactada, em qualquer momento”, pelo jornal portuense.

De acordo com a nota, o colaborador em causa, que trabalhou no Continente durante 23 anos, até atingir a idade da sua reforma, já não está ao serviço da empresa.

Durante a sua colaboração com a empresa, o trabalhador em causa foi alvo de cinco outros processos, um dos quais motivado pela tentativa de furto de um produto que se encontrava à venda na loja.

A nota realça que a decisão disciplinar aplicada pela empresa foi confirmada pelo Tribunal de Cascais, e que a sua licitude “mereceu pareceres favoráveis por parte do Ministério Público junto do Tribunal da Relação de Lisboa e do Supremo Tribunal de Justiça”.

ZAP //

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10 Comments

  1. Não basta serem o pior hiper do país, como ainda são a pior empresa para trabalhar. Ridículos. Por essas e outras que nem lá vou

  2. “o trabalhador já tinha tido cinco alvo de cinco processos disciplinares — um dos quais por furto”
    — a parte que os indignados do costume não prestaram atenção…

  3. Fiquei confuso: o funcionário já tinha sido cinco alvo de cinco processos disciplinares, sendo um dos quais por furto ou por TENTATIVA de furto? Na manchete está furto, e no meio do texto diz TENTATIVA de furto.

    O processo disciplinar é um procedimento conduzido pela entidade empregadora que tem como propósito investigar a prática de uma conduta. Mas qual o resultado desses processos? Foram cinco condenações, cinco absolvições?

    O Continente lamentou que não foi contactada, entretanto emite uma nota vaga e tendenciosa, citando os procedimento disciplinares sem mencionar o resultado.

    23 anos a trabalhar para a mesma empresa e a receber salário mínimo?
    A progressão de carreira do Continente não é exatamente um exemplo a ser seguido!

  4. As histórias estão muito mal contadas. Se houve furtos, ou tentativas dos mesmos antes, isso já era motivo para despedimento. Agora, alegarem um saco de plástico de 0,20 centimos, só mesmo de ávidos de vingança.

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