A andorinha está a fugir de Portugal (e não é a única)

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Regista-se um “declínio generalizado” de diversas espécies de aves migratórias de longa distância. Se nada mudar em breve, teremos de encontrar outro símbolo para a chegada da primavera, avisa a SPEA.

O número de andorinhas em Portugal diminuiu 40% nos últimos 20 anos, uma queda representativa do “declínio generalizado” de diversas espécies de aves migradoras de longa distância, alertou hoje a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA).

Em comunicado, a SPEA afirma que, se nada mudar em breve, é preciso encontrar outro símbolo para a chegada da primavera.

E diz que também o cuco, o picanço-barreteiro e a rola-brava estão em declínio em Portugal, Espanha e na Europa em geral.

Os dados fazem parte do “Censo das Aves Comuns”, publicado esta terça-feira, que avaliou as tendências populacionais de 64 aves comuns em Portugal continental para o período 2004-2023. É feita também a comparação com o que se passa em Espanha e na Europa, quanto às mesmas aves.

“Em plena crise da biodiversidade, termos acesso a informação atualizada sobre o estado das nossas espécies de aves comuns é uma enorme mais-valia,” diz, citado no comunicado, Hany Alonso, técnico da SPEA e coordenador do Censo de Aves Comuns.

E acrescenta: “Ao olharmos para as aves comuns podemos compreender melhor o que se passa em nosso redor. Estas espécies vão ser as primeiras a dar-nos indicação de que alguma coisa não está bem”.

Segundo a SPEA, aves migradoras como as andorinhas têm sido afetadas pelas alterações climáticas, seja nos sinais que usam para iniciar a migração seja quanto à abundância de insetos para alimentar as crias.

A SPEA nota que, além das aves migradoras, também aves comuns nos meios agrícolas, como o pardal, o peneireiro e a milheirinha, estão em declínio nos últimos 20 anos, devido à “intensificação das práticas agrícolas”, que têm vindo a artificializar os campos, destruindo “os mosaicos tradicionais que permitiam que a biodiversidade florescesse”.

É preciso, acrescenta a SPEA, restaurar a natureza, implementar políticas que promovam práticas agrícolas sustentáveis, e fazer mudanças no ordenamento do território, no desenvolvimento energético, e nas avaliações de impacto.

“Numa altura em que precisamos de ter mais informação sobre o estado da biodiversidade, estes dados são importantes porque além de nos ajudarem a identificar as espécies e habitats que podem estar sob maior ameaça e sobre as quais devemos priorizar medidas de conservação, também podem ajudar a definir e a implementar políticas e medidas de gestão sustentáveis”, salienta Hany Alonso.

Não são apenas as espécies de aves migratórias que estão a desaparecer de Portugal. Também a sardinha, por exemplo, está cada vez mais longe da costa portuguesa e é mais difícil de capturar, confessam pescadores algarvios preocupados com a escassez do peixe mais famoso de Portugal.

ZAP // Lusa

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8 Comments

  1. Politicas que promovam agricultura sustentavel, como “semear” lobos, javalis, veados e corsos onde eles nunca existiram?
    Quando só existir mato e floresta desordenada a natureza encarrega-se de se autoregular!

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  2. E a captura intensiva dessas espécies não conta ?? A muito que Marrocos captura aos milhares andorinhas através de redes.

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  3. Eu diria antes que as antenas e as frequências das torres de telemóveis estão a baralhar os animais não o clime que está igual ao que sempre esteve. E também os pesticidas e diminuição de alimentos ou seja insectos, isso nota-se bem nos carros que antes ficavam os vidros cravados de insectos e agora é raro.

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  4. Não há floresta ‘desordenada’, isso é um conceito que foi criado politicamente para justificar o injustificável! O que há é muita estupidez humana!

  5. Na zona da Covilhã, os paineis solares, tomaram conta das terras aráveis, tornando a sua sustentabilidade não só dificultada, como baralhada.

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