Mais de 30 mil pessoas foram infectadas por VIH e hepatite C, resultado de procedimentos médicos há 40 ou 50 anos.
É descrito como o maior desastre médico de sempre no Reino Unido. A descrição não é exagerada.
Estima-se que mais de 30 mil pessoas tenham sido infectadas pelo VIH e pela hepatite C – todas como resultado procedimentos / experiências médicas realizados nas décadas 1970 e 1980.
Quase 3 mil pessoas terão morrido porque receberam sangue de pessoas de alto risco (incluindo prisioneiros e toxicodependentes). A maioria veio dos EUA.
Mais de 1.250 pessoas que tiveram distúrbios hemorrágicos foram diagnosticadas com infecção por HIV e hepatite C após o tratamento. Outras milhares de pessoas ficaram com hepatite C.
Outros erros foram cometidos em transfusões de sangue, por exemplo, após uma cirurgia ou um parto. Noutros casos, pessoas com SIDA transmitiram o vírus involuntariamente aos seus parceiros.
E estima-se que houve crianças infectadas com HIV e hepatite serviram de cobaias em testes de medicamentos, na mesma altura.
Durante o inquérito público ao escândalo nacional, em 2022 as autoridades do Reino Unido anunciaram que iriam pagar uma indemnização provisória de 100 mil libras – cerca de 117 mil euros – a cerca de 4 mil vítimas.
Neste domingo, o The Times informa que as vítimas vão receber cerca de 10 mil milhões de libras, quase 11.7 mil milhões de euros.
As medidas devem ser oficializadas daqui a duas semanas, quando forem anunciados os resultados do inquérito que começou em 2017.
Além das indemnizações (a vítimas ou familiares dos falecidos), deverá ser criada uma entidade responsável pela implementação das indemnizações.
Depois de décadas de “negação e inacção”, o Governo vai fazer “a coisa certa”, reagiu o porta-voz do grupo de vítimas, Andy Evans, que salientou que há pessoas que precisam “desesperadamente” desta ajuda financeira.