Uma equipa de cientistas demonstrou recentemente que um certo tipo de qubit, que usa spins de eletrões individuais, pode funcionar a uma temperatura operacional de 1K, ou seja, mais quente do que o limite atual perto do zero absoluto.
A computação quântica precisa de temperaturas extremamente baixas, meras frações de grau acima do zero absoluto (0 Kelvin ou –273,15°C), para ser viável.
Um único bit quântico ou “qubit”, o equivalente ao bit binário “zero ou um”, requer um grande aparelho de refrigeração para funcionar. No entanto, em muitas áreas onde esperamos que os computadores quânticos proporcionem avanços – como na concepção de novos materiais ou medicamentos – precisaremos de um grande número de qubits ou mesmo de computadores quânticos a trabalhar em paralelo.
Grandes empresas, como a Google ou a IBM, estão a preparar-se para um futuro onde utilizam armazéns inteiros para abrigar sistemas de refrigeração, consumindo grandes quantidades de energia para operar um único computador quântico.
Mas se os computadores quânticos fossem capazes de funcionar a temperaturas ligeiramente mais elevadas, poderiam ser muito mais fáceis de operar e de usar. É por isso que este novo artigo científico, publicado na Nature, dá aos cientistas grandes esperanças.
Segundo o IFL Science, a equipa demonstrou que um certo tipo de qubit – que utiliza spins de eletrões individuais – consegue operar a temperaturas em torno de 1K.
É verdade que se trata de apenas um grau acima do zero absoluto, mas é significativamente mais quente do que se pensava ser possível.
Este avanço poderia condensar a extensa infraestrutura de refrigeração num sistema único e mais gerenciável, permitindo reduzir drasticamente os custos operacionais e o consumo de energia.
Ainda assim, apesar de qubits “mais quentes” oferecerem novas (e entusiasmantes) possibilidades, também vão criar novos desafios na correção e controlo de erros. Isto porque temperaturas mais elevadas podem significar um aumento na taxa de erros de medição, o que criará dificuldades adicionais em manter o computador funcional.
O caminho da computação quântica está repleto de obstáculos técnicos, mas este recente progresso na operação de qubits a temperaturas mais altas é um passo fundamental para tornar os requisitos do sistema mais simples.