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Portugal tem uma “epidemia de cancro” entre jovens adultos

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Kate Middleton não está sozinha. Longe disso. Mas o seu caso traz à superfície um assunto ao qual o Ministério da Saúde “não está atento”.

A Princesa de Gales surpreendeu meio mundo quando, há pouco mais de uma semana, anunciou que tem cancro, aos 42 anos.

Mas não terá surpreendido outro meio mundo: os jovens adultos, tal como Kate Middleton, que também têm cancro, tal como Kate Middleton.

Em Portugal há uma “epidemia de cancro” entre jovens adultos.

A expressão foi utilizada por Luís Pedro Nunes, que no fundo estava a ser um veículo de informações e alertas dados pelo director do departamento de oncologia do Hospital de Santa Maria, em Lisboa.

O médico Luís Costa disse directamente ao jornalista e comentador: “Ajude-nos. Há aqui um problema“.

“É algo que já seria de esperar no período pós-COVID. Mas é algo inexplicável. A quantidade de jovens adultos que se deparam com casos oncológicos…”, relatou Luís Pedro Nunes na SIC Notícias.

A ala de oncologia no Hospital de Santa Maria é pequena mas está a tratar, em simultâneo, mais de 6 mil pessoas com cancro.

O director de oncologia do hospital lisboeta avisou que o Ministério da Saúde, no meio “destas trocas e baldrocas, não está atento a este drama“.

O que a pandemia fez

Mas, no início deste ano, foi publicado um relatório do Registo Oncológico Nacional – precisamente do Ministério da Saúde.

Mostra que em 2020 foram registados, em Portugal, quase 53 mil novos casos de cancro, menos 7 mil do mínimo previsto, menos 12 mil do máximo previsto.

Poderia ser um bom sinal, mas não é: a pandemia “teve um impacto negativo na prestação de cuidados e na investigação sobre o cancro”. Atrasou rastreios, diagnósticos e tratamentos.

O relatório avisa que estes atrasos devem originar “um aumento, nos anos mais próximos, da morbilidade e da mortalidade por cancro”.

Especialistas não conseguem explicar

Há poucos dias surgiu uma análise do Business Insider que reforça a tendência: há cada vez mais casos oncológicos em pessoas com menos de 50 anos.

Os jovens adultos estão a aparecer com cancros mais agressivos e em fases avançadas. E os investigadores não conseguem explicar este fenómeno recente.

A tendência verifica-se em diversos países mais desenvolvidos, nomeadamente no G20. São destacados os casos de EUA (mais 35.4% de cancro em pessoas com menos de 40 anos, entre 1975 e 2019) e do Reino Unido (aumento de 22% em pessoas com menos de 50 anos, desde a década 1990).

Por outro lado, as taxas de diagnóstico de cancro e de morte em pessoas mais velhas está a descer.

Sistema digestivo

Um estudo publicado em 2022 já sugeria na altura que estamos perante uma aparente “epidemia de cancro”, sobretudo entre jovens nascidos depois de 1990.

Foram identificados 14 tipos de cancro mais comuns: mama, esófago, vesícula, rim, fígado, medula óssea, pâncreas, próstata, estômago ou tireóide, entre outros.

E, entre esses 14 tipos de cancro, 8 estão relacionados com o sistema digestivo.

O estudo sugere alguns motivos: mudanças na alimentação, no estilo de vida, obesidade, meio ambiente e microbioma, que podem interagir com susceptibilidades do genoma e/ou genéticas.

É uma geração com uma rotina alimentar, no mínimo, questionável; e com hábitos diários que prejudicam a sua saúde.

Diagnóstico precoce

Christina Annunziata, vice-presidente da Sociedade Americana da Luta contra o Cancro, disse ao Business Insider que há três formas essenciais de evitar esta “epidemia”.

A primeira é conhecer o historial familiar. Quem teve, o que tiveram e quando tiveram, quantos anos tinham na altura.

A segunda é alertar…o médico. É habitual – e compreensível – uma equipa médica associar sinais de cancro a outros problemas de saúde, quando está em causa um jovem. Se se sente mal ou com suspeitas, insista.

E uma forma de insistir é fazer exames. Três dos cancros mais frequentes – cólon e/ou recto, cervical e mama – são rastreáveis; quanto mais cedo for o diagnóstico, mais fácil será o tratamento.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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5 Comments

  1. Entre jovens adultos não sei, mas sei que os meus colegas de escola primária estão a tombar uns a seguir aos outros na casa dos 50 anos.

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  2. Num mundo onde reinam os lucros vs qualidade..Industria alimentar, industria farmaceutica são certamente os principais suspeitos.. especialmente quando são protegidos e até incentivados pelo governo.

    Para a malta dos “Boosters” boa sorte.. vão precisar dela

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  3. Não é surpresa nenhuma, basta juntar uma dieta desequilibrada, ausência de caminhar a pé, trabalhos stressantes mas sedentários e poucas horas de sono e com pouca qualidade e dá nisto. Os meus pais tiveram uma vida muito dura, chegaram a trabalhar em crianças de sol a sol, algo que hoje é difícil sequer contemplar, mas tinham uma alimentação verdadeiramente mediterrânica, obrigatoriamente com grande enfoque em vegetais, pão e fruta, um pouco de peixe e muito raramente um enchido e em sonhos viam um pouco de carne. Caminhavam até ao trabalho para estar no campo ao nascer do sol, ao almoço comiam o pão que o diabo amassou e à noite qualquer mais. Hoje o meu pai com 80 anos ainda faz 30 flexões de braços e aguentou 9 minutos num teste de esforço na passadeira. Cancro? Não há cá disso crl! P.S. tem as vacinas todas e mais algumas, só o pessoal novo é que tomba pq viu um migalha de glúten

  4. Foi dito por vários médicos que as injecções experimentais para a Covid são a causa do excesso de Avc’s, dos cancros fulminantes e outras doenças. Mas o governo e o presidente Marcelo continuam a esconder a verdade aos portugueses. É assim em Portugal e em todos os países que injectaram as pessoas para a Covid.

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  5. “O estudo sugere alguns motivos: mudanças na alimentação, no estilo de vida, obesidade, meio ambiente e microbioma, que podem interagir com suscetibilidades do genoma e/ou genéticas.

    É uma geração com uma rotina alimentar, no mínimo, questionável; e com hábitos diários que prejudicam a sua saúde.”

    Décadas após décadas, a alimentação tem se degradado seja a nível das opções, como fast food, ou mesmo nos alimentos comercializados, repletos de substâncias cancerígenas, com o intuito de os conservar, e assim é!

    Se juntarmos a tudo isto, o sedentarismo, é a tempestade perfeita…

    Covid foi um efeito colateral, mas aqui, segue a mesma linhas dos abutres económicos, que apenas visam o lucro e não a qualidade, onde maioritariamente os jovens são fãs, e, ninguém lhes pode dizer nada porque ficam ofendidos com a geração Bommer ignorante (como dizem)

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