Genes essenciais na famosa e única bioluminescência dos insetos foram identificados recentemente em pirilampos aquáticos, que vivem nos arrozais chineses.
É um fenómeno que encanta as noites de verão em diversas partes do mundo, e que tem sido desde sempre um enorme enigma científico.
A capacidade de brilhar dos pirilampos, que iluminam a noite com vibrantes cores, nomeadamente o verde elétrico/fluorescente, é única na natureza.
Sabe-se que o fenómeno resulta de uma reação química entre a enzima luciferase, o pigmento luciferina e oxigénio, no abdómen do inseto.
Agora, uma equipa de investigadores da Universidade Agrícola de Huazhong, na China, conseguiu identificar os dois genes essenciais que desempenham um papel fundamental neste processo de bioluminescência.
O pirilampo aquático (Aquatica leii), que vive nos arrozais chineses, utiliza estes genes para desenvolver, ativar e posicionar seus órgãos luminosos, conhecidos como lanternas, de acordo com o estudo publicado na revista Nature Communications., que se focou nestes pirilampos.
Os genes em questão — Alabd-B e AlUnc-4 — já eram conhecidos pela comunidade científica, recorda a National Geographic, mas esta é a primeira vez que são associados à capacidade de emitir luz. Desde a fase larval até à idade adulta, os pirilampos aprendem a controlar as lanternas para comunicar, sobretudo durante o cortejo.
Entre mais de 2000 espécies, cada uma apresenta um padrão de luz único para atrair parceiros.
A descoberta dos genes pode vir a dar-nos a resposta muito procurada a como é que a bioluminescência ocorre nos pirilampos, hoje ameaçados em todo o mundo devido, nomeadamente, à poluição luminosa e ao uso de pesticidas que interferem nos seus padrões de acasalamento e na sua capacidade de sobrevivência.
Além do seu papel ecológico como parte da biodiversidade, os pirilampos têm inspirado várias culturas ao longo da história. São um símbolo de esperança, magia e da beleza da natureza.